Não podemos normalizar a morte de pessoas negras


09/02/2024


Por Luiz Paulo Lima, diretor de Igualdade Étnico-Racial da ABI

A morte de Jeferson Araújo Mota, um jovem negro, desarmado e sem oferecer ameaça alguma, é um exemplo gritante da violência policial desproporcional e do descaso com vidas negras e de comunidades marginalizadas, além de perpetuar a violência praticada pelo braço armado do Estado contra a população negra e periférica. Jeferson foi morto com um tiro disparado à queima roupa, por um policial militar, na entrada da Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, na última quinta-feira.

É crucial que a sociedade se mobilize para combater essas injustiças e garantir que todos os indivíduos tenham igualdade de oportunidades e tratamento justo perante a lei, independentemente de sua origem étnica, classe social ou local de residência. Isso requer não apenas políticas públicas mais inclusivas e medidas legislativas adequadas, mas também uma mudança cultural que valorize a diversidade e promova o respeito pelos direitos humanos de todos.

A gravidade dessa situação requer urgentemente encontrar alternativas significativas para enfrentar a violência policial. As políticas públicas devem buscar garantir a segurança e os direitos das populações empobrecidas, moradoras de favelas e periferias. É fundamental priorizar abordagens que promovam a justiça, a igualdade e o respeito pelos direitos humanos em todas as áreas da cidade.

Já passou da hora de o governo do Estado do Rio de Janeiro impor àqueles que insistem em desrespeitar o direito à vida, uma ação que promova a investigação imparcial e a responsabilização de todos os envolvidos nesse crime, incluindo toda a cadeia de comando dessa operação policial que resultou na morte do Jeferson Araújo Mota, de 24 anos.