11/08/2020
Iramaya Benjamin foi a inspiração e fonte da neta Carol Benjamin para a realização “Fico te devendo uma carta sobre o Brasil”, selecionado para o Festival de Documentário de Lima, no final deste mês, depois de ganhar, em 2019, o Prêmio Especial do Júri no Festival Internacional da Holanda (IDSA). E na Suécia recuperou as cartas da avó, a fundadora do Comitê Brasileiro para a Anistia, para desenvolver o roteiro de sua obra.
No Brasil, o documentário estará na Mostra Competitiva É tudo Verdade on line, em setembro, e a obra mostra o impacto dos anos da repressão sobre três gerações da cineasta, principalmente o silêncio familiar das memórias da ditadura brasileira (1964-1985), mas que foram contadas a Carol desde sua infância por Iramaya que se tornou a “mãe da anistia brasileira” ao lutar pela aprovação da lei da Anistia que trouxe de volta os exilados brasileiros.
– Quando minha avó morreu em junho de 2012, entrei em contato com sua maior amiga, Marianne Eyre, membro da Anistia Internacional e fui à Estocolmo para resgatar mais de 70 cartas enviadas por ela no período de 1972 a 2008, contando a saga de nossa família com a prisão, exílio e perseguição de seus filhos e a luta para trazê-los de volta ao Brasil junto com outros companheiros. Foi muito importante para mim porque minha geração cresceu sem informação do período da ditadura e ainda há muito pouca leitura sobre o assunto – revela a cineasta, 37 anos, e formada em Comunicação Social.