10/10/2020
Diante dos elogios do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) se soma às declarações de repúdio da Comissão Arns e de várias outras entidades da sociedade civil.
A tortura é reconhecida internacionalmente como crime inafiançável e imprescritível. No Brasil, Ustra é seu maior símbolo, tendo sido inclusive condenado como torturador pela Justiça.
Não pode ser vista como demonstração de coragem a tortura de um prisioneiro indefeso e imobilizado. Ao contrário, ela é um ato de extrema covardia.
As Forças Armadas são instituições necessárias a qualquer país soberano. Não interessa ao Brasil vê-las achincalhadas. Mas não contribui para que sejam respeitadas seu envolvimento com torturas de presos. Ao apontar como herói alguém como Ustra, símbolo maior da tortura em nosso país, o general Mourão atenta contra a imagem delas.
“O elogio à tortura ou a um torturador é um atentado à democracia e aos direitos humanos. Sempre que isso ocorrer, haverá uma manifestação de repúdio por parte da ABI”, afirmou o presidente da entidade, Paulo Jeronimo.