03/11/2024
O próximo livro de José Trajano, do Conselho Consultivo da ABI, já está em pré-venda nos sites das livrarias da Vila e Martins Fontes e será lançado em dezembro.
Leia trecho do prefácio do professor e pesquisador, Luiz Antonio Simas:
“O encontro entre José Trajano, jornalista consagrado, e o Zezinho, menino que tinha treze anos em 1960, é mais que o relato de uma paixão pelo futebol e pelo América. Das páginas do livro surge um Brasil que inaugurava Brasília, a nova capital, e mergulhava na eleição presidencial que envolvia Jânio Quadros e o Marechal Henrique Lott.
A cidade do Rio de Janeiro, desprovida da condição de capital da República, virava Estado da Guanabara e famílias de funcionários públicos se despediam de amigos para morar na capital inventada por Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.
No meio de tudo isso, desfilam escolas de samba, a Fera da Penha assombra a cidade e a garotada da Tijuca se diverte entre bailes, clubes, confeitarias e os domingos no Maracanã. Zezinho frequentava o estádio toda a semana e o alerta da mãe, jogo após jogo, se renovava: não gaste todo o dinheiro com biscoito Globo de polvilho, Mate Leão e cachorro-quente Geneal, a Santíssima Trindade carioca evocada pelo autor.
Entremeado a esse turbilhão afetivo, o campeonato carioca se desenrola com a surpreendente campanha do América, que após vinte e cinco anos de jejum levanta a taça.
Terminei a leitura com uma impressão fortalecida: o Trajano escritor é um memorialista de mão cheia. Coisa de honrar Pedro Nava. Digo com a maior tranquilidade que “1960” é um poderoso registro de um país, uma cidade, um bairro e uma paixão pelo futebol que bordou os modos brasileiros de inventar a vida.
“Por fim, dou a dica: peguem o pacote de biscoito, deem uma boa golada no mate, escolham o molho do cachorro-quente e preparem-se para mergulhar em um tempo em que estrelas vermelhas cintilavam no céu da Guanabara.
José Trajano, campeão, escreveu um livro tão emocionante quanto o gol do Jorge.”