Violência contra jornalistas avança no México


16/11/2010


Um grupo de jornalistas foi espancado com pedaços de pau e atacado com gás lacrimogêneo neste domingo, 14, por funcionários e seguranças do Hotel Princess, em Riviera Maya, Quintana Roo, no México, onde sete pessoas morreram e 18 ficaram feridas em uma explosão que atingiu a área de restaurantes do hotel.
 
O objetivo da agressão era impedir que a imprensa realizasse a cobertura da explosão e acompanhasse uma comitiva da Procuradoria Geral de Justiça de Quintana Roo que estava no local para investigar as causas do acidente.
 
A repórter Verônica Alfonso e o fotógrafo Matias Matu foram internados em um hospital da Cruz Vermelha com vários ferimentos e quadro de intoxicação.
 
De acordo com promotor do estado de Quintana Roo, Francisco Alor, os três empregados do hotel que agrediram os jornalistas foram presos. Eles teriam recebido ordens da gerência para impedir a entrada da imprensa. 
A onda de violência contra a imprensa cresce no país considerado o mais perigoso para o exercício da profissão. No último dia 11, o jornal El Diário de Chihuahua, que circula em Ciudad Juarez, anunciou que dois fotógrafos de sua equipe, cujos nomes não foram revelados, deixaram o país após receberem ameaças de morte por causa da publicação da fotografia de um homem morto em um acidente de trânsito na Ciudad Juarez, no dia 8 deste mês. Segundo a agência EFE, as ameaças partiram de parentes da vítima, que pertenceria a um dos grupos de narcotraficantes que disputam o controle da região.

A Associação dos Jornalistas de Ciudad Juárez e o Fórum de Jornalistas de Chihuahua repudiaram as ameaças e exigiram proteção para os profissionais de imprensa. O caso, que está sendo investigado por promotores, foi denunciado à Comissão de Direitos Humanos do estado de Chihuahua, o estado mais violento do México.

No último dia 10, a Fundação para a Liberdade de Expressão no México (Fundalex) e a Associação de Imprensa de Cádiz (APC) firmaram um convênio para que os jornalistas ameaçados no México, e em todo o mundo, se refugiem na Espanha. De acordo com o jornal Síntesis, os profissionais de imprensa serão abrigados na “Casa dos Jornalistas”, que deverá ser inaugurada no segundo semestre de 2011, seguindo o modelo de um espaço semelhante que já funciona em Paris, na França.

*Com informações Knight Center for Journalism, El Universal, El Diario de Juarez, EFE, AFP.