Violência contra a mulher aumentou em 2022


09/03/2023


Por Glória Alvarez, presidente da Comissão da Mulher e LGBTQIAPN+ da ABI

Pesquisa realizada em janeiro deste ano e divulgada este mês (março de 2023) aponta que a violência contra a mulher aumentou. Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil foi realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A Datafolha ouviu moradores de 126 cidades brasileiras sendo 1042 mulheres, das quais 818 afirmaram terem sido vítimas.
Houve uma piora em todos os aspectos: humilhação, xingamento, espancamento, tentativa de estrangulamento, ameaça com arma de fogo ou faca.

As mulheres pretas foram o alvo preferido (48%). Sendo que aquelas que tinham somente o grau fundamental o índice chegou a 49%, com filhos a 44,4%, divorciadas a 65,3%. Quase a metade das entrevistadas entre 25 e 34 anos também foram vítimas (48,9%). A pesquisa também apontou que 1 em cada 3 mulheres já sofreu alguma violência. Quando mulheres de 16 anos ou mais são violentadas psicologicamente chega a 43% delas. Isto é 27,6 milhões de pessoas.

A incidência de violência dentro de casa cresce, a cada ano, na mesma proporção em que as agressões na rua diminuem, o que significa que a população está menos conivente e os agressores esperam chegar em casa, onde sentem-se mais protegidos.

45% das mulheres agredidas não pediram ajuda, em 2022. Grande parte diz que consegue resolver a questão sozinha (38% das entrevistadas) ou que não têm confiança na polícia (21,3%).

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública entre as causas desse precário cenário podem estar:
– queda de financiamento de projetos ligados ao acolhimento das mulheres em situação de violência;
– precarização dos serviços de acolhimento em meio à pandemia;
-agravamento da violência contra as mulheres ligado ao movimento ultraconservador que cresceu nos últimos anos.