02/03/2006
O maior espetáculo da Terra não atrai apenas milhares de pessoas de todo o mundo, mas também exige um grande número de jornalistas para cobrir o que acontece na avenida — que tem 700 metros de extensão.
De acordo com informações da Riotur, Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro S.A., são mais de 2.300 jornalistas credenciados, sendo cerca de 1.300 de TV, 324 de jornais, 265 de emissoras de rádio, 146 de revistas, 49 de sites e 27 de associações e sindicatos — isto sem contar quem cobre o sábado das campeãs, cujo número não foi divulgado até o fechamento desta reportagem. Dos profissionais credenciados, cerca de 200 são de países como Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França, Argentina, Chile, Japão, China, Israel, Coréia do Sul, México, Canadá, Uruguai, Suécia, Eslovênia, Rússia, Portugal, Espanha, Colômbia, Itália, Venezuela, Paraguai e Finlândia.
Para atender o grande contingente de jornalistas, foi organizada uma ampla sala de imprensa, onde veículos brasileiros e agências internacionais puderam acondicionar seus equipamentos para a produção e edição de conteúdo em tempo real. Para os profissionais cuja empresa não tinha base na sala, foram disponibilizados cinco computadores com conexão banda larga e todos os recursos para a transmissão de dados.
Jorge, apresentador |
De acordo com informações de sua assessoria, a Rede Globo de Televisão, única emissora a ter o direito de transmitir as imagens do grupo especial, preparou uma verdadeira operação de guerra para os dias 26 e 27. Na área da armação, montou um estúdio, batizado de “Esquina do samba”, para transmissões ao vivo ancoradas por Márcio Gomes. Do lado de fora, dezenas de repórteres se posicionavam em pontos estratégicos para fazer flashes e matérias da avenida. Ao todo, 700 profissionais — o dobro do escalado para os desfiles de São Paulo — se revezavam na cobertura. O número de equipamentos usados também impressiona: foram instaladas 22 câmeras ao longo da Marquês de Sapucaí, além das câmeras das equipes do Jornalismo e do Globocop, helicóptero da emissora.
Aroldo, da Rede TV! |
Jornalista há 35 anos, Jorge Perlingeiro, apresentador de TV, Diretor social e artístico da Liga Independente das Escolas de Samba e locutor oficial da apuração dos votos, explica como é o seu trabalho nos bastidores do sambódromo:
— Além de organizar a entrada das escolas, cuido dos informativos que serão lidos para os espectadores. Estou na Sapucaí há 22 anos, desde a sua fundação, mas cubro carnaval há 33. Tenho experiência nos dois lados, da imprensa e do samba. Fui repórter e também Diretor da Unidos de Vila Isabel. Aqui no sambódromo, lutamos para que o espetáculo transcorra num clima de amenidades, porque é sempre uma tensão muito grande e a adrenalina sobe.
Aroldo Machado, Diretor de Jornalismo da Rede TV! no Rio e coordenador da cobertura na Sapucaí, diz que a emissora também escalou um grande número de profissionais para os desfiles de domingo e segunda:
— Há cerca de 50 profissionais da emissora, entre jornalistas, técnicos e operadores. É um trabalho intenso, que só acaba com o desfile da última escola.
César, da Rádio Carioca |
Da Rádio Carioca, o locutor-apresentador César Santos, coordenador das duas equipes da emissora que fizeram transmissões ao vivo diretamente do sambódromo, diz que mais 40 repórteres foram espalhados por todo o Estado do Rio para cobrir, simultaneamente, os carnavais de rua e dos clubes:
— No desfile, procuramos detalhar como foi desenvolvido cada enredo, falando sobre cada carro, cada ala, cada fantasia. O desfile da Sapucaí deixou de ser só cultura popular, está entre ela e a erudita, mas principalmente tornou-se uma cultura de massa. Há todo um trabalho comercial e os veículos devem acompanhar essa transformação. Não é só falar das mulheres lindas, mas de todo o processo envolvido no que é visto. É um espetáculo de abrangência universal e nós nos esforçamos para acompanhar o desenvolvimento cultural dos desfiles. Fico fascinado com seu conteúdo. Quanto à localização das cabines de rádio, acho adequada, porque damos as informações sobre as escolas antes de elas entrarem na avenida ou ser visto pela TV.