Uma entrevista histórica e corajosa de Casagrande


O ex-jogador Walter Casagrande Jr, o Casão, ídolo da torcida corinthiana, um dos pilares da Democracia Corinthiana, deu uma histórica e corajosa entrevista ao Uol, na quinta-feira (7), conduzida pelo jornalista Kennedy Alencar, com a participação dos jornalistas Milly Lacombe e Maurício Stycer, colunistas do Uol. Na entrevista, Casagrande fala da sua saída da TV Globo, de política e da alienação dos atuais jogadores de futebol.

O jornalista Ricardo Kostcho comentou a entrevista na sua coluna Balaio do Kostcho, no Uol:

“Ao final da entrevista, entrevistado e entrevistadores pareciam emocionados com o que tinham acabado de falar e ouvir – um retrato em preto e branco, sem retoques, da grande tragédia brasileira dos últimos anos. Nenhum líder partidário, cientista ou comentarista político foi capaz até agora de descrever, com tanta precisão e contundência, o que foi feito do nosso país pelo bolsonarismo em marcha, que se alastrou até pelo futebol, o grande palco de onde Casagrande comenta a completa destruição das instituições e da ética, no embalo da exaltação da violência, da ignorância, da homofobia, do racismo e da covardia, numa completa inversão de valores.

“É um ser nocivo, é isso: o pior brasileiro na face da terra, o pior presidente da história do Brasil”, resumiu o entrevistado no pinga-fogo do final do programa, ao definir Jair Bolsonaro.

“Sobre a alienação dos jogadores de futebol e também dos comentaristas esportivos, hoje dedicados mais ao entretenimento, fazendo gracinhas, diz Casagrande: “A vida não é só festa e iate. A vida do povo brasileiro não é em mansão, não é andando de Ferrari. Nosso povo está passando fome, e o jogador de futebol ostenta isso nas redes sociais, em vez de falar de coisas úteis e cobrar situações, se colocar como solidário”.

A entrevista de Casagrande contesta a transformação do jornalismo esportivo num produto de entretenimento, onde cada vez mais a informação tem menos importância, implantado, especialmente, pela TV Globo, e que têm no ex-jornalista Tiago Leifert e no ex-jogador de futebol Caio Ribeiro, seus principais expoentes, e a opinião de que esporte não deve se misturar com política.

Como dizia o slogan da ESPN Brasil, nos bons tempos em que era dirigida por José Trajano, membro do Conselho Consultivo da ABI: “Informação é o nosso esporte”!

Vale à pena ver essa entrevista histórica: