Uerj investe na formação em jornalismo científico


22/11/2010


A necessidade de formar jornalistas especializados na área científica. Essa foi a principal motivação do professor de Jornalismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), João Pedro Dias Vieira, ao transformar o que era uma agência de notícias comuns no que hoje é a Agenc — Agência Uerj de Notícias Científicas.
 
 
Criada pela professora Luiza Mariani nos anos 90, a Agenc não tinha a pretensão de ser o que é atualmente. Quando se tornou coordenador do projeto, João Pedro notou a deficiência na formação dos estudantes de Jornalismo na área científica, e resolveu voltar a agência para a divulgação das pesquisas realizadas na universidade.
 
 
O projeto é vinculado somente ao Departamento de Jornalismo da Faculdade de Comunicação Social da Uerj (FCS/Uerj), e não tem qualquer relação com a Assessoria de Imprensa da universidade, o que dá total autonomia sobre o conteúdo produzido. João Pedro afirma inclusive que a Agenc foi muito bem recebida por todo corpo acadêmico:
— Todos os professores gostaram e apoiaram, pois é uma forma de divulgação do trabalho deles.
 
 
O professor ressalta a preocupação da Agenc em divulgar pesquisas que tragam alguma contribuição para além dos muros da universidade:
— É importante conciliar os trabalhos científicos com os pontos que vão ser importantes para a sociedade também, afirmou João Pedro.
 
 
Experiência
 
 
O João Pedro ressalta a importância de uma experiência como essa para os alunos, pela oportunidade que têm de combinar a teoria com a prática jornalística:
— Costumamos trabalhar com estudantes do 1º ao 5º período, e dali eles quase sempre saem para bons empregos e estágios. É uma ótima referência e um ótimo começo, disse o professor.
 
 
A Agenc recebe cerca de 12 estagiários por ano, sob a supervisão do Conselho Editorial composto por quatro professores: Ilana Polistchuck (Editora), Héris Arnt, Luíza Mariani e o próprio João Pedro, coordenador do projeto ao lado de Fábio Iorio.
 
 
Diante das dificuldades de infraestrutura de uma universidade pública, João Pedro menciona o apoio da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) através do Edital Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia — 2007, que foi fundamental para a obtenção de computadores e equipamentos modernos para os laboratórios do curso e para a agência.
 
 
Contribuição
 
 
Wedis Martins, aluno do 7º período de Jornalismo da Uerj, é um exemplo de como a experiência dentro de uma agência de notícias da própria faculdade pode ser útil. Estagiário da Agenc por dois anos (até agosto de 2009), ele ressalta a importância da primeira experiência profissional, como preparação para o mercado de trabalho:
— Me senti muito mais preparado depois que saí (da Agenc) para trabalhar em uma grande empresa aqui fora. Já tinha uma experiência boa pelo que aprendi lá, declarou Martins.
 
 
O estudante lembra da importância e da dificuldade de se buscar, o tempo todo, pautas e abordagens diferenciadas para os mais variados assuntos. Para ele, este é o principal diferencial da Agenc e do curso de Jornalismo da UERJ.
 
 
O fato de a Agenc ser voltada para a cobertura de assuntos científicos, em geral complexos para a maioria das pessoas, está longe de ser um problema. Wedis conta que antes do estágio na agência não sabia como seria trabalhar com jornalismo científico, hoje sua área preferida:
— Eu não tinha noção do que era jornalismo científico, mas me apaixonei pela área, e hoje é a que eu gosto mais. A experiência na Agenc nos leva a aprender coisas que podem ser aplicadas em qualquer outra área do Jornalismo.
 
 
Wedis é o próprio exemplo de como a área científica pode ser importante e contribuir com a sociedade. Durante a cobertura de uma campanha do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e do Hemorio sobre a importância da doação de medula óssea, acabou envolvendo-se com a campanha, cadastrou-se e