28/07/2016
Após uma tentativa de golpe de Estado fracassada, o governo da Turquia anunciou, nesta quarta-feira (27), o fechamento de 45 jornais, 16 emissoras de TV e 23 estações de rádio em todo o país, segundo a agência oficial de notícias local Anadolu.
No começo da semana, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan já havia anunciado a prisão de mais de 40 jornalistas. Muitos deles eram repórteres do jornal de oposição Zaman, fechado por Erdogan em março passado, entre eles, o ex-redator-chefe Abdulhamit Bilici.
O líder acusa o movimento Gülen, liderado pelo clérigo exilado voluntariamente nos Estados Unidos Fethullah Gülen, de ser o responsável pelo golpe de Estado no país.
O movimento reúne centenas de instituições de ensino e prega uma versão moderada do islamismo, com grande influência na sociedade civil da Turquia. Segundo Erdogan, os gülenistas estavam infiltrados em todos os aparatos do Estado. Desde 15 de julho, mais de 15 mil pessoas foram presas no país por suspeita de envolvimento na revolta.
O Exército divulgou um comunicado anunciando que 8.651 “terroristas de farda” participaram do golpe, o que equivale a 1,5% do contingente.
Mais de 180 jornalistas presos
Desde a fracassada tentativa de golpe, a perseguição contra imprensa e intelectuais atingiu níveis alarmantes. Já havia 98 jornalistas detidos. Na última segunda-feira (25), foram emitidas 42 ordens de prisão. Já na última quarta-feira (27), outras 47. No total, mais de 180 jornalistas, atualmente, estão sob custódia do Estado, ou porque são acusados de apoio ao golpe, ou por ofensas ao presidente Erdogan.