Por Claudia Sanches*
08/09/2015
Uma jornalista holandesa foi detida pela polícia neste domingo (6/09) em uma cidade da região sudeste da Turquia, que tem predominância curda. No local, dezenas de pessoas já morreram em novos confrontos entre forças de segurança do país e tropas curdas rebeldes.
A repórter Frederike Geerdink disse, em sua conta no Twitter, que foi detida na cidade de Yuksekova, juntamente com um grupo de manifestantes que formavam um escudo humano, na tentativa de acabar com a violência na região.
De acordo com Agência France Press, a jornalista usou denunciou a prisão, três horas após sua libertação: “A polícia antiterrorista turca acaba de revistar minha residência. Eles me levaram para a delegacia. Acusação: propaganda a favor de uma organização terrorista”.
Um funcionário do governo confirmou que ela havia sido presa juntamente com 19 outras pessoas. A repórter teria entrado ilegalmente em uma zona restrita e tomar parte nos protestos. O funcionário, que manteve o anonimato, alegou que os membros do grupo foram levados para sua própria proteção.
Foi a segunda vez que a jornalista freelance, que faz reportagens sobre o problema entre o governo turco e os curdos, foi presa na Turquia. Ela foi detida em janeiro, e depois absolvida das acusações de envolvimento em propaganda para a causa dos rebeldes curdos, em abril.
Esta semana, um tribunal turco libertou da prisão dois jornalistas britânicos da agência Vice News, que foram presos sob a acusação de terrorismo, ao fazerem reportagens em Diyarbakir, a principal cidade da região com predominância curda na Turquia. O assistente turco dos jornalistas, Mohammed Ismael Rasool, permanece preso enquanto se aguarda a conclusão de uma investigação. Os dois jornalistas já estão na Grã-Bretanha.
A prisão de Geerdink foi contestada por grupos de direitos humanos e que defendem a liberdade de imprensa. Ela foi absolvida da acusação de espalhar propaganda ilegal em abril.
*Fonte: Associated Press; Agência France Press