20/06/2016
Um tribunal egípcio aprovou, neste sábado (18/06), sentença de morte a seis pessoas, entre elas, três jornalistas. Asmaa Mohamed al-Khatib, da agência de notícias Rassd; Alaa Omar Mohammed e Ibrahim Mohammed Hilal, da Al Jazeera, a maior rede de TV do mundo árabe, foram julgados à revelia. A justiça também condenou o ex-presidente Mohamed Mursi a mais uma pena de prisão perpétua, por espionagem e vazamento de segredos de estado para o Catar.
Os profissionais de imprensa foram condenados por considerar que eles teriam colocado a segurança nacional em risco, depois de vazarem documentos secretos para o Catar.
Mursi já havia sido condenado em outros três casos, incluindo a pena de morte por uma fuga em massa de uma prisão durante os protestos de 2011 e prisão perpétua por espionagem e ligação com o Hamas.
A sentença dos seis réus já havia sido definida pela Justiça egípcia em maio, mas o veredito precisava ser aprovado pelo Grande Mufti, a autoridade máxima do país.
Outros dois réus que trabalhavam no escritório de Mursi foram sentenciados a prisão perpétua. Todos ainda podem recorrer da decisão ao Tribunal Egípcio de Cassação, a mais alta corte civil do país.
Ligado ao grupo Irmandade Muçulmana, Mursi foi derrubado do poder pelo Exército em 2013 após ser alvo de protestos nas ruas. A Irmandade Muçulmana foi considerada ilegal pelo governo que assumiu e vários de seus líderes estão presos.
Membros da Irmandande estavam entre os líderes dos protestos no Egito em 2011, que levaram à queda do ditador Hosni Mubarak e fizeram parte da chamada Primavera Árabe.
O Catar apoiou Mursi, que está preso com milhares de membros da Irmandade.