Por Claudia Sanches
09/05/2016
Três jornalistas freelancers espanhóis foram libertados e já estão em casa desde domingo (08). Antonio Pampliega, José Manuel López e Ángel Sastre foram sequestrados em julho do ano passado em Aleppo, na Síria, país mais perigoso do mundo para profissionais de imprensa, segundo a RSF. Eles foram trazidos por um jato militar enviado à Turquia para este fim.
Eles desapareceram a 12 de julho quando estavam fazendo uma reportagem para investigar na cidade de Aleppo sequestros de outros jornalistas na área, controlada pela Frente Al Nusra, ligada à Al Qaeda.
Segundo o jornal El País, a libertação dos repórteres só foi possível graças “ao trabalho de muitos funcionários públicos e a colaboração de países aliados e amigos”, principalmente Turquia e Qatar.
Em quase dez meses de cativeiro, quase todo o tempo em ambientes fechados, com direito a poucas caminhadas por um pátio ao ar livre, eles revelaram terem sido tratados “dentro do limite razoável apesar da clausura e do medo”.
Eles passaram por seis cativeiros, sempre perto de Aleppo, segundo fontes do Centro Nacional de Inteligência (CNI), que contaram ainda que os três receberam um tratamento melhor do que os outros jornalistas espanhóis sequestrados entre 2013 e 2014 pelo Estado Islâmico. Em uma curta entrevista à agência de notícias EFE, ontem, eles disseram se sentir “sobrecarregados” pela situação e, por isso, preferiram não convocar uma coletiva de imprensa para explicar como passaram os últimos meses.
Experiência em zonas de conflito
Os três tinham vasta experiência em coberturas em zonas de conflito. Ángel Sastre, de 35 anos, colaborava com o canal Cuatro e o jornal “La Razón”. Viajou para várias áreas perigosas no Oriente Médio e na América Latina — onde fez reportagens nas prisões de El Salvador e em rotas de migração entre o México e os Estados Unidos. Antonio Pampliega, 33, trabalhou no Iraque, Líbano, Paquistão, Egito, Afeganistão, Haiti, Síria e Sudão do Sul. Ele também foi colaborador do “El País”, além de ser autor do blog “Um mundo em guerra”, onde relata seu trabalho em conflitos desde 2010. José Manuel López, o mais velho dos três, com 45 anos, cobriu como fotojornalista a situação em Afeganistão, Iraque e Haiti.
Fontes: El País e O Globo