Por Cláudia Souza*
04/07/2013
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio (SJPMRJ) divulgou nota de repúdio contra as agressões a jornalistas durante as recentes manifestações. O SJPMRJ citou o caso de uma repórter da TV Globo, que teria sido hostilizada na última terça-feira, dia 2, durante homenagem aos dez mortos na favela da Maré durante uma incursão do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar na comunidade, na noite do dia 24 de junho.
De acordo com o sindicato, a postura hostil dos manifestantes representa um atentado à liberdade de imprensa e ao direito de informar.
O texto divulgado pelo SJPMRJ tem o seguinte teor:
“É preciso deixar claro: empregados dos veículos de comunicação não representam a política das empresas em que trabalham. Durante a manifestação na Avenida Brasil na última terça-feira (2 de junho) em homenagem aos 10 mortos da favela da Maré durante ação da Polícia Militar, alguns participantes agiram com inaceitável intolerância e falta de respeito.
A repórter da Rede Globo Bette Lucchese foi expulsa da manifestação, proibida de atuar em seu direito básico como jornalista. Ela e seus colegas da equipe de reportagem foram intimidados e impedidos de trabalhar por manifestantes que gritavam palavras de ordem.
Os manifestantes que procedem dessa forma, impedindo o trabalho de jornalistas, estão demonstrando intolerância que faz lembrar a daquela mesma ditadura que tanto perseguiu jornalistas. Tal postura é inaceitável. É um atentado à liberdade de imprensa e ao direito de informar.
Durante os protestos que tomaram o Centro do Rio nas últimas semanas, outros profissionais foram expulsos do meio de passeatas e carros de empresas de comunicação foram incendiados. Alguns jornalistas foram agredidos tanto por manifestantes como pela Polícia Militar, que deveria dar o exemplo principalmente ao se intitular “pacificadora”. Em outras cidades, atitudes de hostilidade com a imprensa também foram registradas.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio participa da luta contra o monopólio da mídia e para que as grandes empresas desse setor, conservadoras e elitistas, passem por uma revisão de postura a partir da democratização das comunicações no Brasil. Mas repudia com veemência atos de intolerância e vandalismo contra os jornalistas, o patrimônio dessas empresas e o patrimônio público, de um modo geral.
À repórter Bette Lucchese e a todos os profissionais da imprensa vítimas de agressões, tanto por parte da polícia como de manifestantes, a nossa total solidariedade.”
*Com informações do SJPMRJ.