Por Igor Waltz*
09/12/2014
Na última quinta-feira, 4 de dezembro, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) iniciou uma campanha contra a violência policial a profissionais de imprensa. A entidade fixou uma faixa de protesto em sua fachada em que denuncia a impunidade dos agentes envolvidos nos casos, com os dizeres “Gov. Alckmin. Basta de violência da PM contra jornalistas”. Nesta segunda, dia 8, a Secretaria de Segurança Pública do estado divulgou nota em resposta à manifestação do SJSP.
O estopim do protesto foi o relato do repórter Bruno Cassucci, do jornal Lance!, que afirma ter sido detido, revistado e agredido sob a mira de uma arma por policiais militares durante um jogo em Santos (SP). No dia 30 de novembro, ele cobria o conflito entre torcedores e a PM no estádio da Vila Belmiro, na partida entre Santos e Botafogo.
Cassucci teve imagens de sua câmera apagadas e foi atingido no rosto. Um policial teria colocado ainda uma bomba de efeito moral dentro de suas roupas. Para o SJSP, a atitude “além de humilhante, pode ser classificada como tortura e maus-tratos”, disse em comunicado.
“Este tipo de procedimento, que lembra a ação policial em governos autoritários, tem uma razão de ser: a impunidade de maus policiais que teimam em agredir jornalistas sem que nada lhes aconteça”, completou.
Em resposta, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo diz que “determinou a abertura de inquérito policial militar (IPM) para apurar os fatos”. O órgão diz também que teve uma reunião com o diretor regional do Sindicato, Carlos Ratton, e que chamou o repórter do Lance! para depor.
“É preciso deixar claro que a Secretaria da Segurança Pública e o Governo do Estado não toleram qualquer tipo de abuso praticado por agentes de estado. Se ficarem comprovadas as denúncias, e identificados os responsáveis, eles serão punidos na forma da lei”, disse a SSP em nota.