Senado Federal instala CPI da Espionagem nesta terça-feira


Por Cláudia Souza*

02/09/2013


 

Senado Federal (Foto: Moreira Mariz)

Senado Federal (Foto: Moreira Mariz)

O Senado vai criar a CPI da Espionagem em sessão marcada para esta terça-feira, dia 3 de setembro, às 10h45. A Comissão, que reunirá 11 membros titulares e sete suplentes, vai apurar denúncias de espionagem feita pelos Estados Unidos à Presidente Dilma Rousseff.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que propôs a instalação da CPI, afirmou que serão levantadas quais empresas de telecomunicação no país estariam colaborando com os Estados Unidos por meio de transferência de dados sigilosos.

— Nos dedicaremos também ao conhecimento do grau de segurança do nosso país em relação a essas interceptações, disse a parlamentar.

A denúncia de que Dilma Roussef e seus assessores próximos foram alvos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) foi apresentada na noite deste domingo, dia 1º, no programa “Fantástico”, exibido pela TV Globo.

O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, colunista do jornal inglês The Guardian, que revelou o esquema de espionagem do governo americano com base em informações divulgadas pelo ex-técnico da CIA e da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, afirmou em agosto último, durante audiência pública conjunta da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, e da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, que empresas de telefonia e internet fornecem, sem questionamento, qualquer informação, inclusive de dados de usuários brasileiros, solicitadas pela NSA, citando entre elas o Google, Microsoft e a Apple.

De acordo com Glenn Greenwald, o Brasil seria um dos países mais espionados, e que a qualquer momento estariam sendo divulgadas informações estratégicas sobre a política e o comércio do país.

O jornalista destacou que para espionar cidadãos americanos “é necessário pedir autorização judicial, mas, para outros países e pessoas, não”.

Violência

O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), classificou de “violência inadmissível” a espionagem feita pelos Estados Unidos à Presidente Dilma Rousseff:

— Trata-se de um desrespeito a princípios e valores dos mais caros à civilização, que demonstra que o nível de espionagem praticado pelos americanos não tem limites.

Ricardo Ferraço informou que vai propor na CRE o convite ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que ele explique qual será a condução do caso pelo governo brasileiro.

Nas redes sociais, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) afirmou que a espionagem americana é um “fato gravíssimo e inaceitável, um verdadeiro atentado à soberania do Brasil e de todos os outros países violados”.

Em pronunciamento nesta segunda-feira, dia 2, a senadora Ana Amélia (PP-RS) declarou que as denuncias de espionagem de autoridades brasileiras pelos Estados Unidos requerem explicação do governo norte-americano, e acrescentou que “este é um dos maiores desafios do novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Figueiredo”, sucessor de Antônio Patriota.

— Espionar chefes de Estado estrangeiros é procedimento inadequado e inaceitável, sobretudo quando se usa a defesa da segurança nacional como justificativa para a arapongagem transnacional. São informações muito graves que reforçam dúvidas sobre o monitoramento de autoridades brasileiras para fins comerciais e a obtenção de vantagens econômicas ou políticas, disse a senadora.

O líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), cobrou respeito ao Brasil e à comunidade internacional, e adiantou que apresentará moção de repúdio ao episódio.

*Com informações da Agência Senado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De acordo com a Rede Brasil Atual, a CPI terá 11 membros titulares e sete suplentes. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), responsável por propor a apuração, diz que o propósito é investigar quais empresas de comunicação no país estariam colaborando com os Estados Unidos por meio de transferência de dados sigilosos, bem como avaliar medidas para aumentar a segurança da informação.
Na reportagem da Rede Globo, o jornalista do The Guardian, Glenn Greenwald, disse que o Brasil é um dos países mais monitorados pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA).

 

O Senado deve instalar na próxima terça-feira (3/9) uma CPI para investigar denúncias de espionagem do governo norte-americano, que teria monitorado conversas da presidente Dilma Rousseff. De acordo com a Rede Brasil Atual, a CPI terá 11 membros titulares e sete suplentes.

 

De acordo com a Rede Brasil Atual, a CPI terá 11 membros titulares e sete suplentes. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), responsável por propor a apuração, diz que o propósito é investigar quais empresas de comunicação no país estariam colaborando com os Estados Unidos por meio de transferência de dados sigilosos, bem como avaliar medidas para aumentar a segurança da informação.
Na reportagem da Rede Globo, o jornalista do The Guardian, Glenn Greenwald, disse que o Brasil é um dos países mais monitorados pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA).

 

 

 

 

 

 

Documentos qualificados como ultrassecretos, que fazem parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, mostram a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores como alvo direto de espionagem da NSA.

 

De acordo com o G1, o jornalista Glenn Greenwald foi quem recebeu os papéis das mãos de Edward Snowden.  Glenn afirmou que recebeu o documento na primeira semana de junho quando esteve com o ex-agente da CIA em Hong Kong. “Ele me deu esses documentos com todos os outros documentos no pacote original”, disse.

 

“Ficou muito claro, com esses documentos, que a espionagem já foi feita, porque eles não estão discutindo isso só como alguma coisa que eles estão planejando. Eles estão festejando o sucesso da espionagem”, ressaltou Glenn.

 

Os arquivos mostram que foi feita espionagem de comunicações da presidente Dilma com seus principais assessores. Também é espionada a comunicação dos assessores entre eles e com terceiros.

 

A apresentação secreta é chamada de “filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil.” Segundo a apresentação, o programa permite encontrar um volume imenso de dados que a espionagem americana tem acesso através de interceptação de redes de telefonia, internet, servidores de e-mail e redes sociais.

 

No documento, de junho de 2012, os alvos são o presidente do México, Enrique Peña Nieto, então

candidato líder nas pesquisas para a presidência, e a presidente Dilma Rousseff.