“A liberdade de imprensa e a ética na comunicação” é o título do seminário que a Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo promove no dia 15 de setembro, às 19h, no auditório Vladimir Herzog (Rua Rego Freitas, 530, sobreloja), localizado na sede da entidade.
O evento é aberto a jornalistas profissionais, representantes de empresas de comunicação e, de acordo com os organizadores, “a toda a comunidade interessada em discutir a cobertura jornalística com responsabilidade e respeito aos cidadãos tanto na condição de fonte, quanto de leitor, ouvinte ou telespectador”.
O seminário terá como mediadora a jornalista Denise Fon, integrante da Comissão de Ética do SJSP, e uma Mesa formada com representantes de entidades como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conselho Regional de Medicina, Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura (Acat/ONU), Pastoral Carcerária, dentre outras entidades, bem como vítimas de noticiários sensacionalistas.
De acordo com o Presidente do Sindicato, José Augusto de Oliveira Camargo, um dos principais objetivos do seminário é discutir a qualidade das notícias:
— A abordagem preconceituosa, o pré-julgamento e o apelo à execração pública são erros cotidianamente cometidos por parte da imprensa”, afirmou José Augusto.
Para a integrante da Comissão de Ética, Denise Fon, o evento vem em um momento importante e o seu o objetivo “é o de alertar aos jornalistas para que observem os princípios éticos, quando da realização de seu trabalho, respeitando as fontes, ouvindo todas as partes e, especialmente, não pré-julgando suspeitos”.
Denise Fon disse estar “alarmada” com a quantidade de denúncias contra jornalistas que chegam à Comissão de Ética: — Já começam a chegar casos os quais não são da lavra de jornalistas, mas de ‘fazedores’ de notícias, pois, o entendimento geral depois da decisão do STF é o de que qualquer um pode ser jornalista, declarou Denise.
O secretário do Interior e Litoral no SJSP, Alcimir Carmo, alerta para a quantidade de “programas que expõem pessoas ao ridículo, pelo desrespeito a princípios elementares do jornalismo e da decência humana”. Ele citou como exemplos célebres casos como a Escola de Base, Bar Bodega, entre outros:
— Infelizmente, é na televisão que temos assistido o maior número de casos de flagrante desrespeito aos direitos humanos, direitos de cidadãos, e mesmo linchamentos morais, em programas os mais diversos nas emissoras de TV, tanto na capital quanto no interior de São Paulo, declarou Alcimir.
Outra preocupação do Sindicato dos Jornalistas para com a categoria é a utilização de profissionais do jornalismo como garotos-propagandas em anúncios de produtos ou serviços de patrocinadores dos programas de TVs:
— Além de constrangedor para o profissional, a prática desse tipo de utilização da imagem do jornalista associada ao produto ou serviço o descretida o profissional”, lembra Alcimir Carmo.
Ele lembra o caso de uma empresa de jogos de azar que anunciava numa emissora de televisão e teve seu produto suspenso pela Justiça:
— O pior é que a notícia sequer foi divulgada pela emissora, a qual, não apenas veiculava a publicidade, mas, através de seu jornalista, também promovia o produto considerado, afirma o dirigente sindical.
* Com informações do SJPSP.