14/07/2016
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul publicou em seu site que, em mais uma ação na busca por esclarecimento à prisão do jornalista Matheus Chaparini, a instituição esteve reunida na tarde desta quarta-feira (13), com o secretário Estadual de Comunicação Cleber Benvegnú.
O secretário ouviu a explanação do presidente do SINDJORS, Milton Simas, que relatou a preocupação da entidade com o desfecho do caso. “Temos feito movimentações junto a setores como o Ministério Público, OAB e Comissões de Direitos Humanos, pedindo atenção a este caso. Queremos conversar com o governador”, relatou Simas.
De acordo com Benvegnú, o governo entende que houve divergência de interpretação entre o papel da instituição policial e do profissional que realizava a cobertura do episódio. “Entenderam que ele estava com postura de invasor por não ter se identificado”, declara. Mesmo tendo ciência dos vídeos em que o Chaparini se apresenta como jornalista, o secretário alega que não compete ao Executivo intervir na atuação das autoridades policiais.
Sobre as manifestações de colegas e questionamentos públicos referentes ao episódio, Benvegnú critica o que ele chama de tentativa de dar uma dimensão política ao fato. Em suas palavras, a prisão de Chaparini “não é um ato contra jornalistas, contra a democracia, nem contra a liberdade de imprensa. É ato isolado”.
Colocando-se à disposição da entidade para intermediar o diálogo com as autoridades policiais, o secretário sugere que o Sindicato dos Jornalistas encaminhe formalmente, às corregedorias da Brigada Militar e da Polícia Civil, um pedido de apuração dos fatos, para que estas investiguem se houve excesso na prisão de Chaparini.
Sobre o caso
No dia 15 de junho deste ano, Chaparini realizava a cobertura da ocupação de estudantes na Secretaria Estadual da Fazenda, em Porto Alegre. Ele foi preso com outras nove pessoas maiores de idade, mesmo tendo se identificado como jornalista para a Brigada Militar, o que está registrado em vídeo. A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou as dez pessoas, que respondem em liberdade pelos crimes de dano qualificado ao patrimônio, resistência, associação criminosa e obstrução ao trabalho.