06/03/2018
A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou nesta segunda-feira em um relatório atos de violência contra jornalistas que investigam questões de gênero, que sofreram pelo menos 90 casos graves de violações de direitos humanos nos últimos cinco anos.
Em comunicado, a RSF revela que uma pesquisa feita entre os anos 2012 e 2017 registrou um total de 11 jornalistas assassinados, 12 presos e 25 agredidos por falarem da condição das mulheres em seus países.
A ONG menciona casos concretos como o da jornalista indiana Gauri Lankesh, que foi redatora-chefe da revista mensal laica e feminista “Gauri Lankesh Patrike”, assassinada em 5 de setembro de 2017.
No caso do Irã, o relatório destaca que muitas jornalistas tiveram que se exilar por pressões judiciais.
A RSF aponta como principais responsáveis por estes atos de violência grupos criminosos, religiosos e governos autoritários.
Além disso, a organização denuncia as ameaças que alguns jornalistas de países como França e Canadá sofrem pela internet, que são mais violentas quando se trata de mulheres.
“Em 2018, os jornalistas que investigam sobre os direitos da mulher não teriam que temer por suas vidas”, declarou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, antes de acrescentar que o objetivo deste relatório era propor “recomendações muito claras para que metade da humanidade tenha direito a um tratamento midiático equitativo”.