Por Igor Waltz*
18/07/2014
A ONG Repórteres Sem Fronteira (RSF) divulgou um comunicado nesta sexta-feira, 18 de julho, em que contabiliza 38 jornalistas brasileiros e estrangeiros atacados por policiais e manifestantes durante a Copa do Mundo, entre 12 de junho e 13 de julho de 2014. A organização realiza uma campanha em defesa da liberdade de imprensa no Brasil.
Em nota intitulada “Jornalistas são os grandes perdedores da Copa do Mundo”, a RSF afirma que o dia mais violento do Mundial foi o da final, entre Alemanha e Argentina, no Rio de Janeiro (RJ). Segundo a ONG, foram registrados 15 ataques a jornalistas cobrindo protestos e confrontos com a polícia na capital fluminense.
A RSF cita o fotógrafo canadense Jason O’Hara e a repórter da Reuters Ana Carolina Fernandes, além de Felipe Peçanha e Karinny de Magalhães, do Midia Ninja, entre as vítimas da violência. “Apesar das promessas do governo, os jornalistas não podem sempre contar com a proteção que eles deveriam receber do Estado”, declarou Camille Soulier, chefe da divisão das Américas da ONG.
“Solicitamos às autoridades que os atos de violência contra jornalistas por parte de membros da polícia militar não permaneçam impunes”, disse Camille Soulier, o chefe da organização Repórteres Sem Fronteiras Américas mesa. “Apesar das promessas do governo, os jornalistas nem sempre podem contar com o Estado para criação de um mecanismo de proteção em nível nacional.”
Na última semana, Christophe Deloire, secretário-geral da RSF, se encontrou com assessores da Presidência da República em Brasília (DF). Os membros do governo disseram que as forças policiais são treinadas para lidar com manifestações pacíficas, mas que não têm controle direto sobre a polícia militar de cada estado. Foi dito ainda que uma entidade pública será criada para monitorar casos de violência contra jornalistas.
Leia aqui o comunicado completo, em inglês.