Roberto Civita, outra grande perda da imprensa


27/05/2013


Roberto Civita (Foto: Exame.com)

Roberto Civita (Foto: Exame.com)

Menos de uma semana depois da morte de Ruy Mesquita, Diretor de “O Estado de S. Paulo” , a imprensa brasileira sofreu outra grande perda: o jornalista Roberto Civita, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril,  morreu de choque séptico às 2lh45min deste domingo, 26 de maio, no Hospital Sírio Libanês, onde se encontrava internado desde o  começo de fevereiro, quando foi acometido  de um aneurisma. Seu corpo foi velado no Município de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, onde seria cremado nesta segunda-feira.

Nascido em Milão, Itália, onde viveu apenas dois anos e meio, e criado até os 12 anos dos Estados Unidos, Roberto Civita  formou-se em Física Nuclear nos Estados Unidos, mas não seguiu o caminho da ciência. Preferiu seguir a vocação para o jornalismo, no qual se formou na Universidade da Pensilvânia. Fez simultaneamente o curso de Economia na

Wharton Business School, da mesma Universidade; posteriornmente fez pós-graduação em Sociologia na Universidade de Columbia. Selecionado para estagiar na revista “Time”, após se formar, trabalhou nela durante um ano e meio, percorrendo todos os departamentos. Voltou ao Brasil em 1958, quando começou a trabalhar com o pai,  Victor Civita, na nascente editora, que contava então com apenas com  uma publicação,   a “Pato Donald”.

Ao falecer, aos 76 anos, Roberto Civita comandava um conjunto de empresas de mídia e educação, produzindo revistas para 25 segmentos, em todos com  a liderança em  vendas, segundo ele informou em entrevista concedida em 2012 ao jornal “Valor Econômico”. Seus 52 títulos de revistas contam com 4,7 milhões de assinantes e uma circulação anual de 200 milhões de exemplares. Em suas empresas trabalham 9.500 pessoas.

Criador da revista “Veja”, em 1968, Civita marcou sua presença no jornalismo brasileiro a partir dos anos 1960, quando criou e dirigiu a revista “Realidade”,  editada sob a liderança dos jornalistas Paulo Patarra e Sérgio de Souza e que contava com repórteres como José Hamilton  Ribeiro e Narciso Kalil e redatores como Mylton Severiano da  Silva, o Miltainho. Habituado aos padrões salariais das empresas jornalisticas dos Estados Unidos, Civita promoveu a valorização dos profissionais de comunicação da empresa, pagando-lhes salários em nível que lhes permitia viver apenas do jornalismo. Nesse aspecto, repetia o que fizera Samuel Wainer no começo dos anos 1950, quando criou o diário “Última Hora”.

Civita deixa mulher, três filhos e seis netos. Seu sucessor é o filho Giancarlo Civita, que asssumira a presidência do Conselho de Administração do Grupo Abril em março passado, após sua internação.Ele era sócio da ABI desde 30 de novembro de 1971.