11/09/2009
A XIV Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro teve início nesta quinta-feira, 10, e segue até o dia 20, no Riocentro, consolidada como um dos mais importantes eventos editoriais do País. Para esta edição são estimados mais de 600 mil visitantes, que encontrarão novidades destinadas ao público adulto e infantil.
—A cada ano buscamos novas formas para estimular ainda mais o hábito da leitura. Vamos apresentar propostas diferentes, que vão aproximar ainda mais os leitores do universo literário, diz Sônia Machado Jardim, Presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), entidade organizadora da Bienal, em conjunto com a Fagga Eventos.
A edição 2009 homenageia os Estados Unidos, representados no evento por uma comitiva de 12 autores que participarão de debates e demais atrações. Entre eles, os premiados Arthur Phillips, autor de “Praga e o Egiptólogo”; Eli Gottlieb, ex-editor da revista Elle, e professor de literatura americana da Universidade italiana de Padova; o jornalista Larry Rohter, autor de “Deu no New York Times”; e o quadrinista Dash Shaw.
A feira celebra ainda a trajetória de José Olympio, um dos principais nomes da história editorial do País, com a exposição “José Olympio—Um editor e sua casa”, com a curadoria de José Mario Pereira Filho e projeto museográfico de Victor Burton.
—Selecionamos cerca de 200 publicações das principais edições da editora José Olympio, como as de José Lins do Rego e Carlos Drummond de Andrade, que mostram a arte de editar livros na primeira metade do século XX”, explica Marcos Pereira, neto de José Olympio e produtor da mostra.
Novidades
“Floresta de Livros”, “Mulher e Ponto”, e “Livro em Cena” são atrações novas dedicadas, respectivamente, ao público infanto-juvenil, ao feminino, e aos apreciadores de sessões de leituras dramatizadas de clássicos da literatura brasileira.
No primeiro espaço, a descoberta do prazer da leitura é feita através dos sons, imagens e tato, em um espaço com capacidade para receber simultaneamente até 600 crianças.
—Vamos botar a garotada para interagir com os livros. O objetivo é que as pessoas criem suas próprias histórias a partir de pedaços de várias outras, explica o curador João Alegria, filósofo, historiador, roteirista e diretor de TV.
“Mulher e Ponto” promove encontros com autores brasileiros que vão discutir suas obras, além de temas variados, como comportamento, filosofia, relações afetivas.
—Todos os assuntos serão bem-vindos, desde que falem direto à mulher plural do século XXI, com tantas faces e um único e poderoso potencial transformador, afirma a curadora, a jornalista Sonia Biondo, editora de jornais e revistas e produtora de conteúdo em TV. Entre as palestrantes, Leila Ferreira, Danuza Leão, Viviane Mosé e Heloísa Seixas.
O cenário de “Livro em Cena” reproduz uma sala de leitura, com estantes de livros, bancos e poltronas, onde grandes nomes da cultura nacional participam da leitura de obras de importantes escritores brasileiros.
—Não se tratará de adaptações para o teatro, mas sim leituras admirativas, que vão ressaltar os valores que tornaram a obra um clássico”, conta o ator e diretor Paulo José, curador da atração. Marília Pêra, Matheus Nachtergale e Lázaro Ramos são alguns dos artistas convidados.
Encontros
Ao longo dos 11 dias de evento, mais de 100 autores brasileiros e 18 internacionais vão integrar a programação cultural. No auditório Euclides da Cunha, serão realizados encontros especiais com Bernard Cornwell, Meg Cabot, Robert e Kim Kyosaki e Steven Jay Schneider. Já o consagrado “Café Literário”, tradicional ponto de encontro de autores de diversas nacionalidades, ganha nesta edição a curadoria do escritor, professor e crítico literário Italo Moriconi, que promete estreitar ainda mais a relação do público com os escritores.
—Esses bate-papos informais ajudam a construir uma relação afetiva entre leitor e a obra literária, sublinha Moriconi.
Entre os destaques do “Café Literário”, os jornalistas Zuenir Ventura, Laurentino Gomes, Carlos Heitor Cony, Ruy Castro, Uelinton Alves, Fernando Morais e Ancelmo Góis.
De acordo com Roberto Feith, Vice-presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros(SNEL), “renovar e qualificar” é o conceito central da 14ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro:
—Fizemos um trabalho grande de pesquisa para informar a definição do novo formato da programação cultural e apresentar uma programação bem elaborada e consistente, com novidades para os diferentes tipos de leitores. Escolhemos um time de curadores de talento e experiência e aumentamos o investimento para oferecer um belo programa para todas as faixas de idade e interesse.