A Associação Brasileira de Imprensa (ABI), juntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apoiam a Marcha contra a Corrupção a ser realizada nesta terça-feira, dia 20, a partir das 17h, na Cinelândia, Centro do Rio.
O objetivo do movimento é protestar contra a corrupção e a impunidade, e cobrar ações concretas, nas esferas dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário contra práticas nocivas ao interesse público e no sistema eleitoral para assegurar a transparênca no funcionamento da máquina governamental.
A primeira edição da Marcha contra a Corrupção aconteceu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no feriado de 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, quando mais de 25 mil pessoas participaram da manifestação organizada nas redes sociais e de cunho apartidário.
Na ocasião, as entidades que apoiam o movimento contra a corrupção e a impunidade firmaram declaração, após reunião realizada na véspera, dia 6, em Brasília, em defesa da ética na administração pública intitulada “O Brasil em movimento contra a corrupção”, diz a declaração:
“A corrupção, que em nosso País se alastra como uma pandemia e ameaça a credibilidade das instituições e do próprio sistema democrático, impõe à sociedade civil organizada uma reação que não pode se esgotar em discursos ou manifestações.
Para tornar vívido o sentimento de independência em cada brasileiro, devem os poderes eleger prioridades que reflitam a vontade da população, destacando-se, no Executivo, a necessidade de maior transparência nas despesas, a efetiva aplicação da lei que versa sobre esse tema, bem como a aplicação da “Lei da Ficha Limpa” aos candidatos a cargos comissionados, que também deveriam ser reduzidos. No Legislativo, a extinção das emendas individuais ao Orçamento, a redução do número de cargos em comissão, o fim do voto secreto em todas as matérias e uma reforma política profunda, extirpando velhas práticas danosas ao aperfeiçoamento democrático.
No âmbito do Judiciário e do Ministério Público, agilidade nos julgamentos de processos e nos inquéritos relativos a crimes de corrupção e improbidade por constituírem sólida barreira à impunidade, bem como o imediato julgamento da ADC sobre a Lei Complementar n. 135/2010 (Ficha Limpa).
Acima de ideologias e de partidos, o enfrentamento da corrupção no Brasil exige coragem, determinação e comprometimento ético, sem os quais não construiremos uma verdadeira democracia.”
Os recentes casos de corrupção nos ministérios dos Transportes, Turismo e Agricultura, além da absolvição da Deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo um pacote de dinheiro dentro do esquema de corrupção do Governo do Distrito Federal, conhecido como Mensalão do DEM, acirraram a urgência de mudanças, que incluem o fim do voto secreto no Congresso Nacional, a redução de cargos comissionados, a transparência nos gastos públicos, a declaração imediata da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, entre outras questões.
Dirigentes e Conselheiros da Associação Brasileira de Imprensa reuniram-se no último dia 6, com os Senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Randolfe Rodrigues(PSOL-AP) para discutir as principais ações da frente de “Ações contra a Corrupção e Impunidade no País”, que defende a “limpeza da Administração Pública”, lançada no último dia 23, em audiência pública no Senado, convocada a partir de requerimento proposto pelo Senador Pedro Simon (PMDB-RS) e pelos Senadores Paulo Paim (PT-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF), Luiz Henrique (PMDB-SC), Ana Amélia (PP-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP), Mozarildo Cavalcânti (PTB-RR), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pedro Taques (PDT-MT), Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Casildo Maldaner (PMDB-SC).