03/06/2016
Pelo menos 17 jornalistas foram agredidos pela militarizada Guarda Nacional e por grupos de civis armados durante a cobertura de protestos pela escassez de alimentos em Caracas, de acordo com o jornal O Globo.
O Sindicato Nacional de Profissionais da Imprensa (SNTP) denunciou, nesta quinta-feira (2), o ataque aos profissionais e à liberdade de imprensa e “exige uma investigação imediata dos fatos violentos” durante os protestos a poucas quadras do Palácio presidencial de Miraflores contra jornalistas, nos quais “a Guarda Nacional e grupos de civis armados roubaram, ameaçaram e agrediram os repórteres”.
Em um boletim, o Ministério Público informou que designou um procurador para investigar os fatos, registrados em vídeos e imagens divulgados pelas redes sociais.
“Na maioria dos casos, os equipamentos foram roubados sob ameaça de morte, com a intenção de eliminar qualquer evidência que permitisse identificar quem estava no lugar gerando violência”, acrescentou a nota.
Os jornalistas cobriam um protesto de dezenas de pessoas contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e contra a escassez de alimentos, que passa de 80% na capital venezuelana.
Moradores de bairros próximos bloquearam uma estratégica avenida e ruas no entorno, revirando latas de lixo, e tentaram chegar ao Palácio. A multidão foi repelida pelos agentes de segurança e por simpatizantes do governo.
O secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas, Marco Ruiz, “pediu ao Ministério Público um procedimento oportuno para que os agressores sejam identificados e castigados pelas múltiplas agressões que foram cometidas”.
De acordo com o SNTP, nos cinco primeiros meses de 2016, foram contabilizadas “pelo menos 60 agressões contra trabalhadores dos veículos de comunicação”.
No ranking mundial de liberdade de imprensa para 2015, da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), a Venezuela aparece na 137ª posição, do total de 180, dois postos abaixo do ano anterior.