Por Igor Waltz*
20/06/2013
Na noite desta quarta-feira, 19 de junho, um repórter da Agência Brasil foi agredido por seguranças do Terminal Rodoviário de Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, durante a cobertura dos protestos que aconteciam na cidade. Vladimir Platonow procurou abrigo no terminal durante o confronto entre policiais e manifestantes que queriam fechar a Ponte Rio-Niterói quando foi atacado pelos seguranças com cassetetes. Outras pessoas que procuraram abrigo no local também foram agredidas.
Platonow estava gravando as agressões dentro do terminal quando foi cercado por seguranças e agredido com socos, chutes e golpes de cassetetes. Ele teve ferimentos na perna, na cabeça e nos braços. O jornalista deve prestar queixa contra os agressores.
Os confrontos em Niterói começaram à tarde. Os manifestantes bloquearam a Avenida Marquês do Paraná, principal acesso de Niterói à ponte e o Batalhão de Choque da Polícia Militar interveio para liberar a via. Após os confrontos, a avenida foi liberada e os manifestantes se concentraram na Praça Arariboia, onde houve novo confronto com a polícia. A situação só começou a se acalmar por volta das 22h.
Outros casos de agressão
Desde o início dos protestos, foram muitos os ataques à imprensa. Na quarta-feira, o jornalista Pedro Rocha foi atingido por um disparo de bala de borracha enquanto cobria protestos próximos à Arena Castelão, em Fortaleza, momentos antes do início da partida entre Brasil e México. Segundo o repórter, que passa bem, os manifestantes estavam sentados quando a tropa de choque abriu fogo.
Já em São Paulo, na última terça-feira, 18 de junho, um grupo de manifestantes jogou vinagre no rosto da repórter Rita Lisauskas, repórter da TV Band, enquanto ela se preparava para entrar ao vivo. No mesmo dia, um carro de link da TV Record foi incendiado, mas ninguém da equipe ficou ferido.
Os casos levaram a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – Abraji a divulgar, na quarta, uma série de recomendações a repórteres que vão a campo cobrir os atos, como andar sempre em grupo, ficar contra o vento para evitar o gás lacrimogênio e carregar o mínimo de equipamento possível. As informações, baseadas nas orientações do International News Safety Institute, podem ser acessadas aqui.
*Com informações da EBC e da Abraji.