08/03/2016
O Grupo RBS de Comunicação, dono da TV afiliada da Rede Globo e de jornais e rádios no Sul do país, anunciou, nesta segunda-feira (7) a venda de seis veículos de comunicação em Santa Catarina. O negócio está sujeito ainda à análise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e dos demais órgãos reguladores.
A compra envolve a RBS TV de Santa Catarina, afiliada da Globo, quatro jornais –entre eles o Diário Catarinense e o Jornal de Santa Catarina– e as rádios CBN Diário e Atlântida. As seis empresas de comunicação somam cerca de mil funcionários.
Os novos proprietários da rede de comunicação catarinense são o paulista Carlos Sanchez e o gaúcho Lírio Parisotto, juntamente a outros investidores com tradição em diferentes segmentos.
Sanchez, conhecido como o “rei dos genéricos”, é presidente do conselho de administração do Grupo NC, dono de uma das maiores empresas farmacêuticas do país, a EMS. Lírio Parisotto já é proprietário da empresa Videolar e também da Innova, no setor de petroquímica.
Os valores da transação não foram revelados, mas há especulações de que o montante pode chegar a R$ 800 milhões.
Há 37 anos a rede gaúcha havia expandido sua atuação para Santa Catarina. Em nota, divulgada também pelo grupo NC, a RBS alegou que a independência editorial será mantida e haverá um processo de transição para “garantir a continuidade e a excelência das operações”. O atual diretor-geral de Televisão em Santa Catarina, Mário Neves, será o presidente da empresa.
Agora o grupo vai concentrar seus esforços nas mídias no Rio Grande do Sul, onde foi fundado em 1957, com marcas jornalísticas como Zero Hora, Rádio Gaúcha e RBS TV. Além dos negócios de comunicação, o grupo é proprietário da e.Bricks, empresa de investimento digital com atuação no Brasil e nos Estados Unidos.
Edição dominical online prenuncia crise, em janeiro
No fim de janeiro deste ano, o Zero Hora decidiu encerrar a edição impressa de domingo. No entanto notificou que o público não ficará sem notícias durante os fins de semana, uma vez que a partir de março passou a circular a “superedição” de fim de semana, em versão digital.
Na época, Andiara Petterle,vice-presidente de Jornais e Mídias Digitais do Grupo RBS, justificou a mudança. “O papel do jornal no fim de semana está mudando no mundo inteiro, ficando cada vez mais “arrevistado”. O consumidor dedica muito mais tempo à leitura do jornal e deseja algo mais profundo e exclusivo. Esse movimento está em linha com nossa estratégia de buscar o melhor produto em jornalismo, com mais eficiência”.
Em comunicado a RBS informou que não haverá mudança na estrutura de negócios e que se orgulha de ter criado milhares de empregos no Estado e dos investimentos para levar informação e entretenimento de qualidade ao público. Ainda segundo pronunciamento, a atuação em rede promoveu Santa Catarina para o país e deixou gaúchos e catarinenses ainda mais próximos. “A empresa, seus colaboradores e acionistas são muito gratos por tudo que aprenderam com os catarinenses. Uma relação fraterna que jamais será rompida”.