Por Claudia Sanches
11/03/2016
Um radialista foi morto durante transmissão de um programa que apresentava, nesta quinta-feira (10). João Valdecir de Borba, de 51 anos, foi alvejado por disparos de arma de fogo logo assim que abriu a porta da rádio Difusora AM. O crime aconteceu em São Jorge da Oeste, sudoeste do Paraná.
Segundo a Polícia Militar, o crime foi cometido por duas pessoas ainda não identificadas.
A coordenadora de equipe da Difusora AM, Eliziane Conter, conta que Borba estava apresentando um programa de músicas e, por volta das 21h, quando foi chamado na porta da rádio.
“Como a porta de entrada da rádio fica trancada durante a noite, acreditamos que ele abriu para atender quem o chamou. Não há marca de arrombamento na porta. Assim que ele abriu foi atingido na altura do abdômen”, conta.
O radialista trabalhava na empresa há dez anos e apresentava programas de músicas sertanejas. Nas manhãs de sábado tinha um programa voltado para cantores sertanejos da região. Ele deixa esposa e dois filhos.
“Nós não conseguimos entender esse crime brutal, ele era uma pessoa do bem, tinha boa convivência social, sempre muito atencioso com os colegas. Estamos todos muito tristes”, lamenta Eliziane Conter.
A Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp) lembrou que a morte do radialista ocorreu no mesmo dia em que entidades de imprensa levaram ao governo federal preocupações quanto à violência contra os jornalistas.
Para o presidente da Aerp, Alexandre Barros, o próprio perfil do rádio acaba se tornando um agravante em meio aos atos hostis. “Justamente por seu imediatismo, linguagem direta e proximidade junto às comunidades, o rádio desenvolve uma atuação social muito mais forte que outros veículos. Isso faz com que a repercussão de seus conteúdos tenha um grande peso na opinião pública”, ponderou.