28/03/2024
Ao contrário da determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o golpe de 64 não seja lembrado, a bancada do PT na Câmara dos Deputados ignorou a orientação do chefe do executivo e divulgou nota na manhã desta quinta-feira condenando o golpe militar e afirmando que é preciso repudiar com veemência esse episódio da história do país.
“O Congresso Nacional foi fechado quatro vezes – em 1965, 1966, 1968 e 1977 -, com a cassação de mandatos e perseguição a parlamentares, numa onda de truculência que varreu o país sob a égide de atos institucionais”, diz o texto.
“Ao longo de 21 anos, o país foi jogado nas trevas, com violência, repressão e movimentos sociais, censura e perseguição política, tortura e desaparecimento de inúmeras pessoas que lutavam por um Brasil democrático, mais justo e igualitário. A história desses lutadores e lutadoras, muitos dos quais ainda não tiveram seus destinos completamente esclarecidos, clama por justiça e por um reconhecimento oficial da verdade”, acrescenta a nota do PT.
“Não há o que celebrar em 31 de março ou 1º de abril. Relembrar a ditadura é crucial para evitarmos retrocessos e reafirmarmos nosso compromisso com a democracia, com os direitos humanos e com o Estado Democrático de Direito. No marco dos 60 anos da ditadura militar reafirmamos Democracia sempre! Ditadura nunca mais!”, afirma a nota.
A bancada petista ainda cobrou do presidente o retorno imediato da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, que foi extinta no final do governo de Jair Bolsonaro.
Um decreto prevendo o retorno desse colegiado já está na mesa de Lula desde o início da sua gestão e foi encaminhado pelo Ministério de Direitos Humanos e Cidadania.
O presidente tem enfrentado críticas de vítimas e familiares da ditadura por não ter retornado com a volta dos trabalhos da Comissão, fundamental para a localização de desaparecidos pelo regime militar.