O tenente-coronel da PM Cláudio Luiz Oliveira, suspeito de ser o mandante da morte da Juíza Patrícia Acioli, em 11 de agosto, em Niterói, prestou depoimento na tarde desta terça-feira, 27, na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ele negou a participação no crime. Policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do militar.
O Delegado da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, afirmou na tarde desta terça-feira, 27, que o tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira é suspeito de ser o mentor intelectual da morte da juíza Patrícia Acioli. O crime, segundo Ettore, foi planejado em abril e maio, e o motivo seria a busca que a juíza estaria fazendo para provar a participação do tenente-coronel em casos de execuções e corrupção. De acordo com o delegado, o inquérito deverá ser concluído em 15 dias, mesmo período que dura a prisão temporária do tenente-coronel.
Exonerado do comando do 22º BPM (Maré), o tenente-coronel Cláudio Oliveira, que na época da morte da magistrada chefiava o 7º BPM (São Gonçalo), estava preso na carceragem do Batalhão de Choque, no Estácio, na Zona Norte do Rio, desde a noite de segunda-feira, 26, por determinação do Juiz Peterson Barroso Simões, da 3ª Vara Criminal de Niterói, que decretou a prisão após ouvir o depoimento de um dos três policiais militares que já estão presos por suspeita no envolvimento da morte da magistrada. Os três suspeitos foram transferidos da Unidade Prisional da PM em Benfica, na Zona Norte, para unidades diferentes, a pedido do Ministério Público, no dia último 19, para evitar que combinassem uma versão sobre o caso.
O cabo que prestou o depoimento estaria ameaçado de morte e resolveu contar tudo e participar de uma antecipação de prova, obtendo o direito à delação premiada, que inclui provável redução de pena. Ele e sua família foram incluídos no programa de proteção à testemunha. O cabo teria admitido que usou duas pistolas no crime.
Além do tenente-coronel Cláudio Luiz Oliveira, o Juiz Peterson Barroso Simões decretou a prisão de mais cinco policiais militares, Alex Ribeiro Pereira, Sammy dos Santos Quintanilha, Carlos Adílio Maciel Santos, Jovanis Falcão Junior e Charles de Azevedo Tavares, que faziam parte do Grupo de Ações Táticas do Batalhão de São Gonçalo. Os PMs já estavam cumprindo prisão preventiva na unidade prisional da PM de Benfica pela suspeita de participação de um auto de resistência, que levou à morte Diego Beliene, de 18 anos, no Morro do Salgueiro, em São Gonçalo. Agora, eles serão transferidos, conforme determinação dos novos mandados de prisão temporária de 15 dias.
Segundo o Corregedor da Polícia Militar, coronel Ronaldo Menezes, Cláudio Luiz Oliveira e os cinco policiais suspeitos de participação no crime serão levados para o Presídio Bangu 8. Um sexto policial, suspeito do mesmo crime, ainda está sendo procurado.
*Com O Globo e G1.