Por Claudia Sanches
12/06/2015
O ministro indiano Ram Murti Verma foi detido na última quinta-feira, dia 11, após ser acusado de participar do assassinato do jornalista Jagendra Singh. O crime foi motivado por uma publicação de Singh no Facebook, que denunciava o ministro de praticar atividades ilegais em mineração, ocupação ilegal de terras e estupro.
No inquérito, autoridades acusam Verma e mais quatro suspeitos de crime por homicídio, censura, ameaça de morte e formação de quadrilha.
Segundo os familiares da vítima, ele foi atacado por integrantes da polícia envolvidos com o político. O grupo, enviado por Verma no dia 1º de junho a sua casa, ateou fogo no corpo do jornalista. Ele estava internado há uma semana em um hospital na cidade de Lucknow, capital de Uttar Pradesh, estado indiano, e faleceu na última segunda-feira, dia 8, em decorrência dos ferimentos.
Jagendra era responsável pelo jornal independente “Shahjahanpur Samachar”, que contava com cinco mil amigos e outros 1.500 seguidores. Em seu perfil pessoal no Facebook , o repórter possuía mais de 3 mil seguidores. Singh vinha denunciando o governo por ataques a trabalhadores rurais e estupro.
Segundo o site “IBN Live”, as acusações de Jagendra despertaram a raiva do político, que queria envolver o jornalista em uma falsa acusação para que a polícia pudesse prendê-lo. No entanto, a família afirma que a finalidade dos policiais nunca foi prender Jagendra. Um porta-voz do governo, por sua vez, alega que foi à casa do jornalista para prendê-lo e que ele cometeu suicídio, ateando fogo ao próprio corpo.
A Anistia Internacional (AI) solicitou apuração rigorosa do crime, e ressaltou que este ataque horrível revela os perigos que os jornalistas podem enfrentar.