Por Cláudia Souza*
12/01/2015
François Hollande coordenou reunião ministerial nesta segunda-feira, 12, na qual foram definidas ações que incluem mobilização militar para intensificar o sistema de espionagem do país, busca de cúmplices dos ataques terroristas, extensão do isolamento de detentos islâmicos nas prisões, reforço policial em escolas judaicas, entre outras iniciativas.
Após a reunião, o primeiro-ministro francês Manuel Valls afirmou que esta é a primeira vez em que o país organiza uma ação militar desta amplitude.
— Mais de dez mil militares participam do esquema de segurança. Acredito que cerca de 1.400 jihadistas franceses ou residentes na França estão vinculados à jihad na Síria ou no Iraque.
Dirigentes de vários países europeus também intensificaram sistemas de alerta de segurança nacional. Na Espanha, o Ministério do Interior determinou a implantação do Plano Nacional de Combate à Radicalização Violenta, de fundo islâmico. O primeiro-ministro britânico David Cameron consultou a Inteligência britânica sobre a resposta do Reino Unido à ameaça terrorista. O secretário de Estado de Justiça Americano Eric Holder anunciou a realização de uma cúpula internacional dedicada à luta contra o terrorismo no próximo dia 18 de fevereiro em Washington. Madri anunciou que vai solicitar mudanças no Acordo de Schengen, que prevê a livre circulação de europeus no continente, para reforçar o controle interno das fronteiras na União Europeia.
Cameron participou neste domingo, dia 11, em Paris, juntamente com dezenas de líderes mundiais, da manifestação, considerada a maior da França contemporânea, que reuniu nas ruas de diversas cidades mais de quatro milhões de pessoas, em homenagem às vítimas dos ataques terroristas, em defesa da liberdade de expressão e pelo fim do terrorismo.
Entre as lideranças políticas, participaram da marcha o presidente francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
À noite, Hollande e Netanyahu participaram de uma cerimônia na Grande Sinagoga em homenagem aos quatro judeus mortos durante a invasão a um mercado judaico.
Brasil
Em outras cidades do mundo como Londres, Madri, Bruxelas e Tóquio milhares de pessoas marcharam em homenagem aos mortos nos ataques terroristas.
No Brasil, centenas de pessoas participaram de protestos nas capitais do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Brasília.
No Rio, cerca de 200 pessoas marcharam em apoio às vítimas dos atentados. O grupo caminhou na Avenida Vieira Souto em direção à Praça Nossa Senhora da Paz, na Zona Sul da cidade. As pessoas carregaram bandeiras da França e faixas com os dizeres “Je suis Charlie”.
Em São Paulo, 300 pessoas caminharam pela Avenida Paulista até a sede do Consulado Geral da França, exibindo canetas e cartazes com os dizeres “Je suis Charlie”.
Em Brasília, representantes diplomáticos e imigrantes franceses participaram de uma caminhada silenciosa em solidariedade às famílias das vítimas na França.
*Com O Globo, BBC Brasil, Uol, agências internacionais.
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