Presa ao cobrir protestos, jornalista diz ter sido “tratada como criminosa”


07/06/2021


Por Poder 360


Givara Budeiri – Crédito: Al Jazeera

A jornalista da Al Jazeera Givara Budeiri foi solta na noite desse sábado (5.jun.2021), depois de passar horas detida em Israel. Ela foi presa pela polícia israelense enquanto cobria uma manifestação no bairro ocupado de Sheikh Jarrah em Jerusalém Oriental.

Para ser liberada, a jornalista concordou em não ir ao Sheik Jarrah durante 15 dias.

Durante a intervenção policial, a profissional foi agredida e parte do equipamento de sua equipe foi destruído. “Eles [agentes policiais] vieram de todos os lugares”, disse Budeiri à Al Jazeera logo depois de ter sido solta. “Eles me chutaram para dentro do carro de uma maneira muito ruim.”

Ela usava um colete com a inscrição “imprensa” quando foi presa. Segundo a publicação, a profissional ainda estava com um cartão do Gabinete de Imprensa do Governo de Israel.

Budeiri afirmou ter sido “tratada como uma criminosa” quando foi levada para a delegacia.

Autoridades locais não se manifestaram diretamente sobre o caso, mas comunicado divulgado pela polícia informou a prisão de um homem e uma mulher por suspeita de desacato às forças de segurança”.

A jornalista relatou que a acusaram de chutar um soldado, algo que ela negou ter feito.

A manifestação que estava sendo reportada fazia críticas ao Estado israelense e manifestava apoio aos palestinos. O bairro já havia sido palco nas últimas semanas de protestos com a mesma pauta.

Depois da prisão de Budeiri, a hashtag #JournalismIsNotACrime (Jornalismo não é crime) chegou a ficar entre as mais comentadas do país no Twitter.

Segundo a Al Jazeera, ao menos 14 jornalistas palestinos foram detidos e colocados em detenção administrativa pelas forças israelenses nas últimas semanas.

A detenção administrativa é um procedimento legal que permite a Israel prender palestinos sem acusação ou julgamento, por períodos que podem chegar a até 6 meses.