Por corte de gastos, Governo “despeja” Associação de Correspondentes em SP


Por Claudia Sanches

25/09/2015


O Governo do Estado de São Paulo determinou, dia 14 de setembro último, o despejo da Associação dos Correspondentes Estrangeiros de São Paulo (ACE-SP) de sua sede no Centro da capital. O Governo do Estado havia cedido o espaço no ano passado, após largo período de entendimento entre as partes.

A desocupação acaba com uma importante iniciativa que a ACE e o governo tinham de montar um centro de imprensa internacional em São Paulo, algo parecido com modelos que existem em importantes cidades do mundo, como era o caso da sala, localizada na rua Boa Vista, 150.

Em nota, a presidente da associação Stijntje Blankendaal disse que a direção da associação negociava com o governo do Estado para manter a sede no local ou para ser transferido para outra sala, quando foi informada que tinha até o dia 15 setembro para desocupar o local. Ela também contou que recebeu em agosto uma notificação de despejo de 30 dias, que segundo a presidente não foi respeitada e uma conta no valor de quase R$ 10 mil para liberar a sala. A entidade protestou contra a forma com que o caso foi tratado e informou que está à procura de um novo local.

Segundo Stijntje Blankendaal, com a crise e a decisão de realizar corte de despesas, o Governo começou a pressionar para que a associação deixasse o espaço. A diretoria da ACE conta que a desapropriação se deu “de forma intempestiva, açodada e até truculenta”:

— A primeira surpresa foi o recebimento de uma carta, cerca de um mês atrás, dando prazo de 30 dias para desocuparmos a sala. A segunda, o despejo em si, numa situação absolutamente surrealista: estávamos reunidos quando um grupo de funcionários, sem qualquer aviso, entrou na sala, retirou os móveis e nos expulsou de lá. Isso apesar da promessa verbal de que não havia pressa para a nossa saída e de que o governo iria procurar uma outra alternativa.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) repudiou a ação do governo Alckmin. Para o presidente do Sindicato, Paulo Zocchi, esse tipo de movimento representa um retrocesso:

— Ainda mais quando uma das principais propostas da associação é a criação de um Centro de Imprensa Internacional em São Paulo, que proporcionaria ao jornalista estrangeiro maior facilidade para exercer suas atividades.