21/12/2022
A CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal) derrubou na última 3ª feira (13) o veto do governador do DF, Ibaneis Rocha, ao projeto de lei nº 1.697/2021, que propõe alterar o nome da Ponte Costa e Silva, no Lago Sul, em Brasília, para Ponte Honestino Guimarães. O projeto é de autoria do deputado Leandro Grass (PV). O veto foi derrubado por 17 votos a 4.
“No dia 13 de dezembro de 1968, foi decretado o AI-5 pelo presidente Costa e Silva, cerceando direitos políticos e civis e fechando o Congresso Nacional. Hoje, neste mesmo dia, a Câmara Legislativa tira da ponte o nome de alguém que tem suas mãos sujas de sangue, responsável por dezenas de desaparecimentos na ditadura. O nome que vai entrar é o nome de alguém que lutou pela democracia e que até hoje não sabemos o seu paradeiro”, falou Grass.
Para o autor do projeto de lei 1.697/2021, deputado distrital Leandro Grass (PV), substituir o nome de Costa e Silva, segundo dos ditadores que presidiram o Brasil durante o regime militar, pelo de Honestino, que lutou pela democracia, é uma questão de justiça: “Com essa mudança, fizemos uma correção histórica e cumprimos a lei que impede que bens públicos levem nomes de pessoas que cometeram crimes contra a humanidade”, escreveu o deputado em suas redes.
A derrubada do veto aconteceu exatamente no dia do 54º aniversário do AI-5 (Ato Institucional nº 5, editado por Costa e Silva, que inaugurou o período mais violento da ditadura).
Honestino Guimarães estudou no Elefante Branco, depois, Geologia na UnB. Foi presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília (FEUB) e da UNE. Ele foi preso pela ditadura militar em outubro de 1973 e nunca mais foi visto. Sua família recebeu seu atestado de óbito somente em 1996, sem a causa da morte, e até hoje seu corpo nunca foi localizado.
Às 10h desta sexta-feira (23), organizado pelo DCE/UnB Honestino Guimarães e pelo grupo Geração 68, será realizado, ao lado da Praça dos Orixás, no Lago Sul, o ato inaugural da nova placa da Ponte que levava o nome do ditador Costa e Silva e que agora passa a se chamar Honestino Guimarães, em justa homenagem ao líder estudantil brasiliense assassinado pela ditadura militar do Brasil.
O Comitê de Poetas Contra o Fascismo fará um recital e será colado um adesivo sobre o nome do ditador, que ainda está na placa.