Por Cláudia Souza*
24/02/2014
A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo instaurou nesta segunda-feira, 24, inquérito para apurar os casos de detenção e agressão a jornalistas durante a manifestação contra a Copa do Mundo, realizada neste sábado, 22, no Centro de São Paulo Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), 14 profissionais de imprensa que faziam a cobertura da manifestação foram agredidos ou detidos por PMs.
Um soldado chegou a aplicar uma gravata em um dos jornalistas, e o atirou no chão. Mesmo tendo se identificado com documentos profissionais, os profissionais de imprensa ficaram enfileirados no chão da calçada da Rua Xavier de Toledo e foram presos junto com uma centena de manifestantes.
Os episódios ocorreram após a PM fazer um cerco a um grupo de pessoas na rua Xavier de Toledo, alegando tratar-se de uma “estratégia para evitar atos de vandalismo pelos black blocs”. Pela primeira vez, foi utilizado o “batalhão ninja”, com cerca de 100 oficiais da PM desarmados e treinados em artes marciais para imobilizar os manifestantes.
O comandante da PM na região central da cidade, Celso Luiz Pinheiro, pediu desculpas pelas agressões a jornalistas, e informou que a operação policial, reduziu os danos ao patrimônio. No confronto, 262 foram detidas e cinco policiais militares e dois manifestantes ficaram feridos.
O protesto teve início no final da tarde, quando manifestantes mascarados bloquearam a Avenida São Luís, nas proximidades da Praça da República. Pela primeira vez, foi utilizado o “batalhão ninja”, com cerca de 100 oficiais da PM desarmados e treinados em artes marciais para imobilizar os manifestantes.
Sindicato
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Guto Camargo, disse neste domingo, 23, que representantes da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo telefonaram para a entidade oferecendo coletes e capacetes para os jornalistas que participariam da manifestação. Ele acredita que a Polícia Militar já estava predisposta a partir para o confronto no protesto de sábado.
—A Secretaria de Segurança nos telefonou para alertar que poderiam ocorrer confrontos entre manifestantes e policiais no centro de São Paulo no evento contra a Copa do Mundo no Brasil e colocaram à disposição do Sindicato coletes e capacetes. Nós dissemos que essa era uma preocupação do Sindicato e ficamos de nos reunir nesta semana com a Secretaria e com as empresas jornalísticas. Queremos proteger nossos profissionais, mas com uma coisa organizada, afirmou Guto Camargo.
*Com informações do Estadão e O Globo