21/07/2021
Luiz Carlos da Vila no Memória da ABI
Memória Musical homenageia, hoje, às 19h30, o Poeta do Samba, o carioca Luiz Carlos da Vila, no dia em que completaria 72 anos. Com apresentação do jornalista e produtor Paulinho Figueiredo estarão no bate-papo sobre o compositor, o músico e produtor Milton Manhães, o produtor e jornalista Marcos Salles e o compositor Marquinho China. Assista pelo canal da Associação Brasileira de Imprensa no YouTube.
O carioca Luiz Carlos Baptista, o Luiz Carlos da Vila (21 /7/1949, 20/10/ 2008), conhecido por sua passagem pela ala de compositores da Vila Isabel, foi um dos maiores compositores e sambistas da música brasileira e um dos compositores do samba-enredo Kizomba, a Festa da Raça, que consagrou a escola em 1988. Também compôs Samba que nem Rita, à Dora, gravada por Seu Jorge e suas letras tem o poder de traduzir sentimentos e ilustrar as mais diversas expressões. Dono de um estilo único e regado de muita emoção, Luiz Carlos da Vila compôs muitos sambas gravados pelo Grupo Fundo de Quintal e Cacique de Ramos.
Vida e obra
Nascido em Ramos, subúrbio carioca, o nome artístico “da Vila” foi incorporado em 1977, após sua entrada na ala de compositores da escola de samba Vila Isabel. Segundo outras informações, o nome também era creditado a ele por ser morador no bairro da Vila da Penha, mais especificamente da Travessa da Amizade. Seu primeiro instrumento foi o acordeão, seguido de um violão que ganhou ainda na adolescência. Mas, com o desemprego de seu pai, foi obrigado a interromper as aulas. Frequentou o tradicional bloco carnavalesco Cacique de Ramos no final da década de 1970, sendo considerado um dos formatadores do samba carioca contemporâneo, de uma geração de compositores integrada também por Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sereno do Cacique, Sombrinha, Sombra, Cláudio Camunguelo, entre outros.
Em 2003, criou, junto com Dorina e Mauro Diniz, o grupo Suburbanistas que cantava os compositores do subúrbio carioca e que fez muitos shows, sendo matéria de mestrado de alunos de Jornalismo. Criou também com Dorina e Mauro o Bloco Suburbanistas que saia em Irajá, Vila da Penha, Vista Alegre, Brás de Pina e Santa Tereza. Ele também cantou na Europa, um ano antes de falecer vítima de câncer, sendo velado na quadra da Vila Isabel.
Uma das últimas participações de Luis Carlos da Vila em disco foi no DVD Raça Brasileira 20 Anos, gravado em final de 2004, onde cantou Aquela Imagem, com Marquinhos China, e Além da Razão, com Sombrinha. O DVD, gravado no Circo Voador foi dirigido por Marcos Salles nos estúdios e foi a convite de Mílton Manhães para as suas produções nos anos1980.
Durante todo o mês de outubro o compositor recebeu homenagens em programas de rádio, TV e rodas de samba pelo país, principalmente no Rio de Janeiro e São Paulo. Uma das primeiras homenagens oficiais aconteceu, no domingo posterior ao seu falecimento, na roda de samba Samba Novo, de Cláudio Jorge e Hugo Suckamn no Renascença Clube, no Andaraí.
Bate-papo
Estarão no bate-papo:
– o percussionista e produtor Milton Manhães tem seu nome marcado na história do samba pelos discos de sucesso que produziu como os de Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Jovelina Pérola Negra, Jorge Aragão e Almir Guineto, lançados por ele como cantores, além de Mauro Diniz, Elaine Machado e Pedrinho da Flor. E, em 1997, produziu o CD de Luiz Carlos da Vila Uma Festa No Samba. O Fundo de Quintal, por exemplo, ganhou o Disco de Ouro, em 1985, com uma produção de Milton. E esse mesmo disco foi o que acabou com o preconceito que as rádios fms tinham de tocar samba. Como percussionista, ele tocou com Cartola, João Nogueira, Jorge Aragão e outros. E continua nos estúdios.
– o início do produtor e jornalista Marcos Salles nos estúdios foi a convite de Milton Manhães para as suas produções nos anos 80 quando ele assinava a coordenação de produção, estava no coro e escrevia os encartes. Além do estúdio, já dirigia shows de cantores como Elza Soares, Zeca Pagodinho, Fundo de quintal, Sombrinha, Dominguinhos do Estácio, Jovelina Pérola Negra e Mauro Diniz, entre outros. Em breve, lançará a biografia do Fundo de Quintal e já começou a escrever a de Jovelina Pérola Negra e Almir Guineto.
– o compositor Marquinho China é também cantor, compositor, professor de História e oficial de Justiça. Foi criado no bairro de Pilares, no Rio de Janeiro e o apelido China foi dado por Arlindo Cruz, na década de 1980, porque fechava os olhos quando ria. Sua primeira composição a ser gravada foi Grande erro(c/ Arlindo Cruz e Adilson Victor), no disco Na Fontede Beth Carvalho, em 1982. Em 1987, Reinaldo interpretou de sua autoria Aquela imagem, em parceria com Rico Doriléu. A música deu título ao disco do cantor. Dois anos depois, Zeca Pagodinho no LP (…)
Dois anos depois, Zeca Pagodinho no LP Boêmio felizincluiu de sua autoria ,Tem compaixão, em parceria com Zeca Pagodinho e Arlindo Cruz. Em setembro de 2002, ao lado de artistas como Almir Guinéto, Arlindo Cruz, Serginho Meriti, Deni de Lima, Ivan Milanez, Bandeira Brasil, Ircea Pagodinho e Maurição, fez o show-homenagem Bum-bum-baticum-Beto, tributo ao compositor Beto Sem Braço. Em 2005, com Tantinho da Magueira, Silvino da Silva, Marli Teixeira e Xangô da Mangueira, apresentou o show Partideiros e calangueiros, dentro do projeto Na Ponta do Verso. Em 2010, participou da gravação do CD Roda de samba de partido alto, ao lado de Thiago Mocotó, Serginho Procópio e Renatinho Partideiro. O disco, produzido por Tuninho Galante, foi gravado ao vivo como registro para a filmagem de um documentário de Luiz Guimarães de Castro sobre partido alto. O lançamento do CD ocorreu no projeto Sete em Ponto, realizado no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro.