Por Edir Lima
14/01/2016
A ação da Polícia Militar para dispersar os manifestantes que faziam passeata contra o aumento das tarifas de transporte coletivo em São Paulo atingiu pelo menos nove profissionais da imprensa que trabalhavam no local, segundo a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). Mesmo identificados, os jornalistas foram alvos de cassetete, empurrões e bombas.
A praça do Ciclista foi cercada pela Polícia Militar, no entroncamento entre as avenidas Paulista e Rebouças e no entroncamento da rua da Consolação, local de concentração do protesto organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre). Ao longo do trajeto do protesto, os manifestantes queriam seguir para avenida Rebouças, mas os policiais militares impediam e mandavam que eles descessem a Consolação em direção à praça da República.
Para impedir a ação dos manifestantes, a PM lançou bombas na direção de um cordão de isolamento feito por policiais, onde muitos jornalistas estavam sendo retidos e impedidos de ultrapassar, gerando um clima tenso.
Segundo relato divulgado pela Abraji, Fernanda Azevedo, da TV Gazeta, foi ferida duas vezes. Primeiro, quando se viu encurralada num ponto de ônibus atrás de um grupo de policiais integrantes da chamada “tropa do braço”. Após o início da repressão aos manifestantes, Fernanda sentiu uma explosão na altura do rosto. Ela sofreu queimaduras no punho esquerdo e no peito, e teve o relógio destruído. Mais adiante, uma bomba de efeito moral explodir muito próximo a seus pés: o segundo ferimento foi provocado por um estilhaço na panturrilha.