Página do Facebook provoca protestos
Uma página do site de relacionamentos Facebook fazendo piada sobre o estupro está causando protestos de entidades de apoio às vítimas e também de empresas, que exigiram que seus anúncios fossem retirados da página. Até o momento, Sony, American Express e BlackBerry tiveram suas exigências atendidas. A informação é da BBC Brasil.
A página intitulada “Você sabe que ela está bancando a difícil quando você corre atrás dele num beco escuro”, já recebeu 205 mil “likes” (“curtidas”).
Representantes de organizações que prestam auxílio a vítimas de estupros classificaram a página de “repugnante”. Entrevistada pela BBC, a estudante Orlagh (que não quis revelar o seu sobrenome), de 22 anos, residente em Belfast, na Irlanda do Norte, disse que reagiu com preocupação quando viu a página no Facebook:
— Isso não é só uma piada. Tem pessoas ali (na página), que defendem o estupro e há outras que estão, aparentemente, confessando ter estuprado. O Facebook é uma força social significativa e a forma como o site vê a mulher é preocupante, já que (imagens de) mulheres amamentando são consideradas obscenas e estupro não, disse a estudante irlandesa à BBC.
De acordo com a BBC, o comentário de Orlagh se deve ao fato de o Facebook ter retirado do ar imagens de mães amamentando os seus filhos. Para a estudante o Facebook ao se negar a retirar a página do ar o Facebook estaria violando as próprias normas criadas para os usuários que dizem o seguinte: “Você não publicará conteúdo odiento, ameaçador ou pornográfico; que incite a violência; ou contenha nudez ou violência gráfica”.
Liberdade de expressão
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A página polêmica acabou gerando um debate sobre os limites da liberdade de expressão. Quando começou a apurar o caso, em agosto último, a BBC solicitou um posicionamento do Facebook, que se recusou a retirar a página do ar sob a alegação de que “queria permitir a liberdade de expressão”.
Por meio de nota divulgada no seu próprio site o Facebook justificou a sua posição afirmando que “é muito importante notar o que uma pessoa considera ofensivo, outra pode achar divertido, assim como dizer uma piada grosseira não vai fazer você ser expulso de um bar, também não vai fazer você ser expulso do Facebook”.
Em outro comunicado o site de relacionamentos argumentou que “grupos ou páginas que expressam uma opinião sobre um Estado, instituição ou conjunto de crenças — mesmo se essa opinião é ultrajante e ofensiva para alguns — não violam nossas políticas. Essas discussões na rede são um reflexo das que acontecem fora, onde uma conversa acontece livremente nas casas das pessoas, em cafés e ao telefone”.
O Facebook informou que tem 800 milhões de usuários em todo mundo, que compartilham e debatem assuntos dos seus interesses.
* Com informações da BBC Brasil.