04/03/2010
Se é preciso democratizar as comunicações no Brasil, como quer o programa de Governo do PT, é porque elas não são democráticas, concluiria o Conselheiro Acácio.
Mas aqui qualquer um pode abrir um jornal, uma rádio ou uma emissora de tv, dependendo de seus recursos para montar e manter o veículo.
E de sua capacidade de conquistar audiência.
Com a infinidade de canais que hoje o mundo digital oferece, é fácil para qualquer sindicato, ong ou movimento social ter o seu canal de televisão.
O difícil é ter espectadores.
Na internet, ninguém precisa de nenhuma autorização, ou de muito dinheiro, para botar no ar sua rádio, jornal, revista ou televisão — basta ter competência e audiência. O que pode ser mais democrático do que isto? Não é por falta de democracia que as esquerdas não conseguem fazer um veiculo de massa de sucesso popular, mesmo com todas as verbas e a “vontade política” oficial. O último foi o “Pasquim”, menos por ser de esquerda do que por ridicularizar a ditadura que oprimia a todos.
Alguém duvida que a Globo, a Record, a Band, a Rede TV e o SBT disputam cada centavo do mercado, cobrando por cada espectador conquistado? Dezenas de canais a cabo não competem ferozmente por assinantes e anunciantes? Os jornais não estão disputando leitores nas bancas e on-line? Não há livre concorrência? Então que monopólio é esse que eles querem acabar? Por que ninguém vê a TV Brasil? Por que a “Voz Operária” é menos lida do que “O Estado de S. Paulo”? Por que a “CartaCapital” só tem uma fração dos leitores da “Veja”? Não se trata de quem é melhor ou pior, é só uma livre escolha do público.
E nas escolhas democráticas, às vezes, a maioria está errada, mas o que fazer, acabar com a democracia? Ou com a maioria? Quem sabe, com o tempo e mais governos petistas, os brasileiros ganhem educação, consciência política e bom gosto e façam da “Voz Operária”, da TV Brasil e da “CartaCapital” campeões de audiência? Já em Cuba, na Coréia do Norte, na Venezuela e no Irã, quem falar em democratizar as comunicações vai preso.
Porque lá elas já estão democratizadas, concluiria o Conselheiro.