01/03/2016
O portal Comunique-se postou reportagem sobre a situação do site Fato Online. Segundo a publicação, depois de não receberem os salários relativos a dezembro, janeiro, fevereiro e 13º, a equipe de redação resolveu paralisar as atividades na noite de segunda-feira (29). A decisão de entrar em estado de greve aconteceu após todos os jornalistas do veículo concluírem que o calote por parte do empresário amapaense Silvio Assis, idealizador do projeto, é irreversível. Anunciando ter dado “um passo maior que as pernas” e admitindo problemas financeiros, com risco de despejo da sede em Brasília, o dono deve encerrar as atividades do portal.
O Comunique-se destaca que o jornalista Rudolfo Lago, atual editor-chefe do Fato Online, usou a página que mantém no Facebook para comentar a situação enfrentada pelos mais de 100 profissionais que fizeram parte do veículo até o início desta semana.
“Talvez precisasse mesmo ser num dia bissexto para bem marcar o fim de um sonho, o fim de uma ilusão”, lamentou em post divulgado na noite da segunda. “É o fim de um drama que estamos vivendo desde o final de novembro”, prosseguiu, antes de ressaltar que o domínio segue no ar, mas apenas reproduzindo conteúdo adquirido da Agência Estado e de outros sites.
“Antes de entrarmos em greve, recebemos duas contrapropostas que vão aos píncaros do absurdo. Na primeira, nos sugeriram virarmos ‘sócios cotistas’ do Fato Online: pela proposta, aceitaríamos deixar para lá o passivo que temos e passaríamos a receber como ‘pro labore’ dois terços dos salários previstos nos nossos contratos a partir daí e possível participação nos lucros. Mesmo assim, não seria uma proposta para todos, porque o empresário, Sílvio Assis, admitia que tinha errado na gestão da empresa”, relatou Rudolfo, que também repercutiu a outra proposta sugerida: “não viraríamos sócios, e o passivo seria pago em ‘dez vezes’, a partir do dia 20 de março”.
A publicação acrescenta que o ex-editor-chefe afirmou que logo após a paralisação das atividades, a companhia deu a entender encarar a situação como desfecho de vínculo profissional, com emails sendo bloqueados e sem permissão de acesso ao publicador do Fato Online.
“Ou seja: a empresa já tomou as providências técnicas para negar o nosso acesso, estabelecendo, apenas algumas horas depois da assembleia, uma postura beligerante, o que nos deixa com a sensação de que, provavelmente, só resolveremos nossas pendências na Justiça”, prosseguiu o jornalista.