ONU pede que presidente egípcio respeite a liberdade de imprensa


Por Igor Waltz*

27/06/2014


Ban Ki-moon demonstrou preocupação com a condenação recente de jornalistas no Egito (Crédito: AFP)

Ban Ki-moon demonstrou preocupação com a condenação recente de jornalistas no Egito (Crédito: AFP)

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou ter solicitado ao presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, que “proteja a liberdade de expressão”. A declaração aconteceu nesta quinta-feira, 26 de junho, em uma entrevista coletiva durante a cúpula da União Africana na cidade de Malambo, Guiné Equatorial.

“Pedi a todos os países que respeitem a liberdade de movimento, a liberdade de expressão e a liberdade de cobrir a atualidade por parte dos jornalistas. Também me encontrei pessoalmente com o presidente Sissi, e conversamos sobre essas questões. Eu pedi a ele para proteger, inequivocamente, a liberdade de informar”, declarou o secretário-geral.

O jornalista australiano Peter Greste e o egípcio-canadense Mohamed Fadel Fahmy foram condenados a sete anos de prisão na última segunda-feira, 23 de junho. O egípcio Baher Mohamed recebeu uma pena de dez anos. Eles são acusados pela Justiça de apoiar a Irmandade Muçulmana.

As condenações mobilizaram a comunidade internacional, e Washington e Sydney pediram a Cairo que conceda o indulto aos réus. Em Londres, centenas de jornalistas se reuniram em frente à sede da BBC, para protestar contra a condenação dos jornalistas. Com fitas na boca, os manifestantes fizeram um minuto de silêncio e ergueram cartazes pedindo a libertação da equipe.

O New York Times também aderiu à campanha. A edição da última segunda-feira (23/6) do jornal deixou sua última página em branco, apenas com os dizeres ao rodapé: “É isso que acontece quando você silencia jornalistas. Mostre seu apoio. Jornalismo não é crime”. Em seguida, a hashtag “#FreeAJStaff” (“Libertem a equipe da Al-Jazeera”).

O caso é considerado um teste para as autoridades egípcias, depois do golpe dado pelo Exército no então presidente islâmico Mohamed Mursi, em julho de 2013, assim como para o sistema judiciário, que acaba de condenar 183 islâmicos à morte.

*Com informações do Portal Imprensa e da AFP