25/05/2023
O presidente Lula (PT) participou, nesta quinta-feira (25), da cerimônia de encerramento do seminário Brasil-África e proferiu um discurso em homenagem ao continente africano, em razão de seu Dia Mundial celebrado hoje.
Durante sua fala, o líder brasileiro destacou o dinamismo africano e afirmou que os avanços do continente na última década exigem uma atualização das políticas brasileiras na diplomacia entre as regiões – Lula citou o descaso das autoridades brasileiras nos últimos anos em relação à África como fator central para o fracasso na implementação de iniciativas internacionais em favor de populações afrodescendentes. Além disso, mencionou que o “comércio bilateral com a África foi, em 2022, um terço menor que o valor de 2013, quando o fluxo chegou a quase 30 bilhões de dólares”.
“O relançamento da relação com a África é também um reencontro do Brasil consigo mesmo. Reafirmamos nosso profundo orgulho do papel central do continente na identidade nacional. Reconhecer o valor de nossas raízes africanas passa por celebrar a contribuição da África em nossa cultura, seja em políticas nacionais, seja em ações de difusão da cultura brasileira no exterior. Passa, também, por renovar nossos laços por meio da educação, formando uma nova geração de jovens africanos no Brasil”, ressaltou o presidente do Brasil.
ONU
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, gravou uma mensagem em comemoração ao Dia da África, celebrado no dia 25 de maio.
A data marca a fundação, em 1963, da Organização de Unidade Africana, agora conhecida como União Africana (UA).
Apesar dos enormes desafios impostos pela pandemia de COVID-19, mudanças climáticas e mais recentemente o conflito na Ucrânia, Guterres celebrou o potencial do continente e disse que as “perspectivas no horizonte são brilhantes”.
Na mensagem, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, celebra o continente diversificado e dinâmico e que, nas palavras do líder da ONU, é um lugar de “potencial e uma enorme promessa”. Para Guterres, a “África é um lar de esperança”, disse ao citar a crescente população de jovens na região.
O secretário-geral também exaltou iniciativas como a Zona de Livre Comércio Continental Africana, a Década da Inclusão Financeira e Econômica das Mulheres e o ousado conjunto de propostas revolucionárias da Agenda 2063 da União Africana (UA). “As perspectivas no horizonte são brilhantes”, declarou.
O Dia da África marca a fundação, em 1963, da Organização de Unidade Africana, agora conhecida como UA, e oferece uma oportunidade anual para refletir sobre os desafios e conquistas do continente.
Entre os múltiplos obstáculos regionais lembrados por Guterres estão a pandemia do COVID-19 e seu impacto devastador nas economias africanas, juntamente com as mudanças climáticas, conflitos não resolvidos e uma grave crise alimentar.
O início do conflito na Ucrânia, que está aprofundando uma crise alimentar em todo mundo, também tem trazido consequências e criado uma verdadeira tempestade no continente africano. “Esta crise está resultando em custos crescentes de alimentos, energia e fertilizantes com consequências devastadoras sobre nutrição e sistemas alimentares, tornando ainda mais difícil para o continente mobilizar os recursos financeiros necessários para investir em seu povo”, detalhou o secretário-geral.
Apoio
Tendo 2022 sido designado como o Ano da Nutrição pela UA, Guterres conclamou o mundo a “unir-se em solidariedade com todos os africanos para fortalecer a segurança alimentar e colocar a nutrição ao alcance de todas as pessoas”.
Ele também pediu intensificação dos esforços para acabar com a pandemia, reformar o sistema financeiro global, interromper as mudanças climáticas e silenciar as armas em todos os conflitos.O chefe da ONU concluiu prometendo apoio contínuo da ONU no cumprimento da “promessa de uma África próspera e pacífica”.
Entre as nações africanas, as entidades da ONU têm desempenhado um papel fundamental na promulgação dos valores fundamentais da Carta e da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Da paz e segurança ao desenvolvimento social e econômico e à integração regional, as Nações Unidas provaram ser um parceiro indispensável da África.