05/10/2021
Por Alcyr Cavalcanti, conselheiro da ABI e presidente da ARFOC.
“Sou um cara da fotografia de rua. Sinto como se fosse um cronista que acontece ali”- Rogério Reis
Rogério é um dos poucos fotógrafos que transita com tranquilidade tanto pelo Fotojornalismo como pela chamada Fotografia de Arte. Começou a descobrir a Fotografia através de George Racks e Dick Welton no Museu de Arte Moderna-MAM/RJ nos anos 70. Já em 1981 após uma breve passagem pelo Jornal do Brasil e O Globo fez parte da Agência F4, que teve uma importância fundamental na fotografia contemporânea. Na Universidade Gama Filho fez o curso de Comunicação Social e posteriormente foi para a Revista Veja. De 1991 a 1996 foi editor de Fotografia do JB e atualmente é responsável pela Agencia Tyba.
(Leia mais depois das fotos abaixo)
1) Travesti na lona ;
02) Fotógrafos da 3ª idade
03) Torcedores; ;
04) Freiras na praia
05) Carlos Drummond
06) Salão de beleza ;
07)…
08) Futebol na várzea;
09) Zico.
Todas as fotos de Rogério Reis
Em 1999 recebe o Prêmio Nacional de Fotografia da Funarte com a série “Na Lona” com imagens de um olhar bem diverso da espetacularização que é feita sobre o Carnaval, principalmente no Sambódromo. . Suas imagens correm o mundo, estão presentes em várias coleções de fotografia como a de Joaquim Paiva, no MASP, MAM/RJ, Maison Européene de la Photographie, Museu de Belas Artes de Buenos Aires (2016) e no Museu de Artes Fotográficas em Chengdu, na China (2017). Centenas de imagens de sua autoria ficaram marcantes como a “Surfistas no Trem” , a belíssima foto de Carlos Drummond de Andrade sentado no chão, e a série de Carnaval na lona para montar em pequeno estúdio.
Em 2015 Rogério Reis lançou “Ninguém é de Ninguém” com imagens obtidas nas praias cariocas. O livro pretende levar a uma reflexão sobre a dualidade entre o público e o privado e também conduz a um contraponto ao caráter documental da Fotografia.
“Olho Nu” da Editora Olga Kos é uma bela obra de 160 páginas com a edição fotográfica dos irmãos João e Kiko Farkas que reúne um apanhado da intensa trajetória de Rogério ao longo de quarenta anos. O livro faz uma homenagem à enorme diversidade que encontramos nas ruas, um pouco esquecida pela digitalização das imagens. Para João Farkas “A soma dessas pequenas sínteses através de olhares que vamos chamar de editorial, de editores, compõe um todo, que de repente vamos chamar de universo, uma visão pessoal de uma cidade”.