Os assassinatos dos jornalistas Valério Nascimento e Luciano Leitão Pedrosa provocaram críticas ao Brasil da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA). A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo.
O órgão emitiu uma nota, nesta quarta-feira, 11 de maio, manifestando preocupação com a violência contra os profissionais na mídia no País. Diz a nota que “a Relatoria Especial manifesta sua preocupação pelo fato de que os dois comunicadores tenham morrido no Brasil em menos de um mês, por causas possivelmente relacionadas ao exercício profissional.” O documento foi divulgado em Washington D.C (EUA).
Valério Nascimento era dono do jornal Panorama Geral que circula na Região Sul Fluminense. Ele foi morto com dois tiros, no quintal de sua casa, localizada no Distrito de Lídice, em Rio Claro. Há suspeitas de que o crime tenha sido por motivação política, uma vez que Valério vinha publicando reportagens com denúncias de irregularidades na administração do prefeito da cidade de Bananal (interior paulista), localizada na divisa com o Rio de Janeiro. O caso está sendo investigado pela 168ª DP, de Rio Claro, e a polícia informou que já tem indícios da autoria do crime.
Já Luciano Leitão Pedrosa foi assassinado no dia 10 de abril, dentro de um restaurante, na cidade Vitória de Santo Antão, no interior do Pernambuco. Ele era apresentador do programa “Ação e Cidadania”, veiculado na TV Vitória e na Rádio Metropolitana FM, com matérias críticas aos políticos locais e denúncias contra a atuação de grupos criminosos que agem na região.
Apesar de reconhecer a rapidez da polícia na investigação dos assassinatos dos dois jornalistas, a Relatoria da Comissão da OEA pede que os crimes sejam apurados sob o critério de que foram realizados por causa da profissão das vítimas.
No último trecho da nota a Relatoria faz o seguinte apelo: “Este Escritório faz um chamado para que realizem todos os esforços necessários com o fim de identificar os responsáveis materiais e intelectuais do crime, processá-los e, em sendo o caso, puní-los. Para a Relatoria Especial é imprescindível combater a impunidade para que se evite que fatos como estes se repitam”.
* Com informações do Portal Imprensa e Folha Online.