25/11/2022
Por José Reinaldo Carvalho, conselheiro da ABI, membro da Comissão de Relações Internacionais, em Brasil 247
Putin e Diaz-Canel, inauguraram estátua de Fidel Castro em Moscou
O 25 de novembro será para sempre um dia triste, de luto, para o povo cubano e os povos de todo o mundo. Num dia como este, em 2016, faleceu o Comandante Fidel Castro, aos 90 anos.
Fidel foi uma lúcida personalidade, a voz poderosa na denúncia dos crimes do imperialismo, o pensamento clarividente na interpretação dos problemas políticos e socioeconômicos e a opinião percuciente a orientar os povos na luta por liberdade, independência, progresso social e socialismo.
Fidel foi um líder revolucionário e um formulador teórico, portador de um sentimento e uma concepção política internacionalista, que se expressou em ações solidárias em favor dos povos no combate à opressão e exploração do sistema imperialista.
“Fidel Castro dedicou toda a sua vida à luta pelos ideais de bem, paz e justiça, pela liberdade dos povos oprimidos, por uma vida digna para o povo e pela igualdade social”, disse o chefe do Kremlin.
“Ele é um dos líderes mais brilhantes e carismáticos do turbulento e dramático século 20, uma figura verdadeiramente lendária, um símbolo de uma era de movimentos de libertação nacional, do colapso do sistema colonial e da criação de novos Estados latino-americanos e africanos independentes!” – salientou.
“Fidel era um amigo incondicional de nosso país”, asseverou o presidente da potência euro-asiática. “A amizade russo-cubana que Fidel Castro nos legou é propriedade comum de nossos povos”.
Coube ao presidente Díaz-Canel, que é também primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba, receber e enriquecer esta herança.
E o faz com talento, combinando os princípios revolucionários com agudo sentido da realidade e do momento histórico, uma compreensão abrangente e precisa da atual conjuntura e das tendências do seu desenvolvimento.
Isto se expressa no périplo que realiza por estes dias o presidente cubano, que o levou à Argélia, Rússia, Turquia e agora China, onde chegou nesta quinta-feira (24).
O presidente da República de Cuba destacou o papel desempenhado pela Federação Russa, que “apoiamos, porque queremos que o mundo mude, que o mundo caminhe em direção à multipolaridade”.
Ao dizer isto, Díaz-Canel apontou o traço fundamental da presente época – a emergência da multipolaridade e a peculiaridade atual da luta anti-imperialista. Nesta é indispensável contar com a Federação Russa.
Para além disso, a cooperação bilateral, baseada em tradicionais laços de amizade, foi uma tônica do encontro do líder da nação caribenha com o presidente do país euro-asiático. “Vocês sabem que a Rússia e a União Soviética apoiaram o povo cubano em sua luta pela soberania, pela independência; sempre fomos contra o bloqueio e apoiamos Cuba em plataformas internacionais, e vemos que Cuba também mantém uma atitude semelhante em relação ao nosso país”, disse um solidário Putin, que de novo ressaltou o papel de Fidel: “Isto é o resultado da tradicional amizade fundada pelo Comandante-em-chefe Fidel Castro, em cuja homenagem dedicamos um monumento que é uma obra de arte, a imagem de um lutador”.
A última etapa da maratona diplomática do mandatário cubano é a China. Cuba e China são dois países socialistas que constituem uma força política e ideológica e como tal são referências na luta anti-imperialista e pela construção da nova sociedade. Com características e caminhos peculiares, juntos os dois países contribuem para manter a perspectiva socialista e desbravar novos caminhos pela emancipação dos povos e nações.
Nas novas condições políticas do mundo Cuba e China contribuem para a multipolaridade, que se expressará inevitavelmente em esforços conjugados pelo soerguimento de um novo sistema internacional, uma nova ordem econômica baseada na justiça e no desenvolvimento compartilhado.
Cuba tem lutado ao longo de mais de seis décadas contra o cruel bloqueio imposto pelo imperialismo estadunidense, graças ao heroísmo de seu povo, à firme direção política estratégica de sua força de vanguarda, o Partido Comunista de Cuba e a seu sistema de governo.
No emergente mundo multipolar serão ferramentas essenciais também a ação política intensa no cenário internacional e as artes da diplomacia. Como demonstra o périplo presidencial dos últimos dias, Cuba está bem servida e no bom caminho.