Entidade repudia agressão a Caco Barcellos na Alerj


17/11/2016


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O repórter Caco Barcellos é agredido por manifestantes, no Rio (Foto: Reprodução)

O protesto de servidores na tarde desta quarta-feira (16) contra pacote de medidas fiscais proposto pelo governo do estado foi marcado por confronto, tumulto e agressões a jornalistas. Quatro jornalistas foram agredidos por manifestantes quando faziam a cobertura do protesto. A maioria dos manifestantes era de policiais militares, bombeiros e agentes penitenciários.

O repórter Caco Barcellos, da Rede Globo, foi hostilizado e agredido quando gravava uma reportagem. Ele acabou sendo expulso do local, sob gritos, vaias, agressões físicas e objetos foram jogados em sua direção. O repórter Guilherme Ramalho, do jornal O Globo, também foi agredido e impedido de trabalhar.

O repórter Gustavo Maia, do portal de notícias UOL, teve o celular arrancado de sua mão pelo tapa de um manifestante, quando gravava o protesto. O aparelho não parou de gravar mesmo após cair no chão. O rosto do agressor pode ser visto nas imagens. Um repórter do G1 teve a máscara de proteção arrancada de seu rosto e ainda levou um soco no braço. Quando se identificou como repórter, ele foi xingado.

A ABI repudiou as agressões contra o repórter Caco Barcellos da TV Globo e demais jornalistas, durante protesto de servidores públicos em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A entidade entende que a ação representa  também uma grave ameaça à liberdade de imprensa e ao livre acesso a informação, assegurados pela legislação em vigor.

Segue a Nota Oficial:

Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2016.

NOTA OFICIAL

A Associação Brasileira de Imprensa deplora as agressões contra o repórter Caco Barcellos da TV Globo, durante protesto de servidores públicos em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por entender que representam também uma grave ameaça à liberdade de imprensa e ao livre acesso a informação, assegurados pela legislação em vigor. Caco Barcellos foi perseguido por populares e atingido na cabeça por uma garrafa de água e um cone de trânsito. Horas antes, outro repórter foi agredido com um pontapé e perdeu os óculos ao escapar do grupo que o perseguia.

Atos dessa natureza são inaceitáveis em um Estado Democrático de Direito. Não se pode admitir nos dias de hoje que jornalistas sejam vítimas de qualquer tipo de ameaça ou intimidação no exercício de sua atividade profissional.

A ABI espera que esses episódios de violência não se repitam diante da péssima repercussão que produzem na imagem do País, onde o jornalismo no Brasil é visto, no exterior, como uma atividade de risco.

A história tem mostrado como manifestações de intolerância política contra órgãos de imprensa costumam sempre terminar.

Domingos Meirelles
Presidente da ABI