Nota de pesar pela morte do geógrafo Carlos Walter Porto-Gonçalves

A Comissão de Meio Ambiente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) lamenta profundamente a morte do geógrafo e ambientalista Carlos Walter Porto-Gonçalves, 74, ocorrida na quarta-feira (6/9). A causa da morte ainda não foi confirmada pela família ou por amigos próximos. Ao longo de 50 anos de carreira, Porto-Gonçalves construiu uma obra que se tornou referência no pensamento geográfico brasileiro.

Doutor em Geografia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), instituição na qual também concluiu sua graduação e mestrado, Porto-Gonçalves era professor visitante do Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC (Universidade de Santa Catarina). Foi também professor titular da UFF (Universidade Federal Fluminense) e professor da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina. Especialista em Geografia Social, dedicou-se principalmente a temas como conflito social, colonialidade do saber, ecologia política, território-territorialidade e justiça ambiental, Amazônia e América Latina.

Autor de diversos livros, Porto-Gonçalves recebeu o Prêmio Casas de las Américas em Literatura Brasileira, em 2008, em Havana, Cuba, pela sua obra A Globalização da Natureza e a Natureza da Globalização. Seu trabalho foi também agraciado com várias outras distinções, incluindo o Prêmio Chico Mendes, na Categoria de Ciência e Tecnologia, concedido pelo Ministério do Meio Ambiente, em 2004.

Para a jornalista Zilda Cosme Ferreira, da Comissão de Meio Ambiente da ABI, Porto-Gonçalves foi, sem dúvida, um dos pensadores latino-americanos mais importantes das questões ambientais recentes. “Ele produziu um dos melhores trabalhos acadêmicos sobre apropriação da água pelo sistema financeiro internacional. Ninguém condenou de maneira mais abrangente a problemática da privatização da água. Ele tem que continuar vivo dentro de todos nós. Carlos Walter Porto-Gonçalves presente!”, afirmou.

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