07/10/2022
O jornalista Nelson Lemos, ex-diretor da ABI, faleceu no domingo (2), depois de uma longa batalha decorrente de complicações de um AVC isquêmico que sofreu em agosto. Deixou esposa, filhos e netos. A missa de sétimo dia será realizada na próxima segunda feira, dia 10 de outubro, às 16 horas, na Paróquia Matriz Cristo Redentor, Rua das Laranjeiras, 519, Rio de Janeiro.
O jornalista Nelson Lemos foi pioneiro no Brasil nos cursos de mídia training, atividade que desenvolvia desde 1994 depois de atuar como repórter especializado em economia por mais de 18 anos no jornal O Estado de S. Paulo. Foi diretor da Associação Brasileira de Imprensa.
Nelson Lemos criou e desenvolveu o curso Como Lidar com a Imprensa, ministrado desde então a mais de 1500 executivos de empresas privadas e do setor público, entre as quais Petrobras, Cia. Vale do Rio Doce, BNDES, CSN, PricewaterhouseCoopers Brasil, Advocacia Geral da União e Procuradoria Geral da República. Durante sua trajetória, Lemos preparou ministros do Governo Federal, entre os quais Nelson Jobin, Justiça e da Defesa, Olívio Dutra, Cidades, Luiz Gushiken da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, e Patrus Ananias, Desenvolvimento Social. Nelson Lemos também foi professor de Técnicas de Jornalismo da Escola de Comunicação da UFRJ.
Carioca nascido em 1936 em uma modesta vila no bairro de São Cristóvão, desde cedo gostava de ler jornais e de escrever, sobretudo cartas para meninas, e depois para adolescentes que moravam em países da Europa. A partir dos 10 anos, estimulado pelo pai, começou a decifrar charadas e fazer palavras cruzadas. A leitura de dicionários e o gosto pelas palavras e sinônimos começaram aí. Quando, aos 17 anos, filiou-se a um clube de charadistas, conheceu outro rapaz, Wagner Teixeira, que traduzia textos em inglês para alguns jornais. Foi ele quem lhe apresentou a Luiz Paulistano, famoso na imprensa por ter integrado a equipe do Diário Carioca, jornal que revolucionou o estilo de dar notícias. Graças a esse saudoso padrinho, que lhe ensinou o beabá do jornalismo, começou em 1957 no Jornal do Commercio, como repórter incumbido de cobrir assuntos forenses. Ali trabalhou dois anos, depois na Ultima Hora e Tribuna da Imprensa, até chegar à sucursal carioca do Estadão, onde permaneceu por 18 anos, especializado na cobertura de economia. Essa experiência serviu para chefiar, por nove anos, a assessoria de imprensa da Federação Brasileira dos Exportadores de Café (Febec). A vivência de muitos anos fazendo entrevistas contribuiu para que enfrentasse um novo desafio: ser instrutor de cursos para ensinar dirigentes e executivos a se relacionar com a imprensa, o que fez durante 20 anos.