Noite de autógrafos de Luiz Carlos de Souza


13/04/2011


O jornalista Luiz Carlos de Souza relançou nesta terça feira, dia 12, a edição revisada do livro “Maralto, relato de uma pesca perigosa” (Booklink Publicações). A noite de autógrafos foi realizada às 18h, no 11º andar do edifício-sede da ABI, no Centro do Rio, com a presença de parentes, amigos e jornalistas que trabalharam com o autor.
 
 
A obra é fruto de uma grande reportagem escrita por Luiz Carlos, quando era repórter do Jornal do Brasil, na sucursal de Niterói. Durante 30 dias de viagem a 800 km da costa, ao lado do fotógrafo Almir Veiga, Luiz acompanhou de perto as dificuldades dos pescadores em alto-mar:
— O que mais me impressionou foi o quanto os pescadores vão longe, e não percebemos o risco que eles correm, o tempo que passam longe da família e o trabalho que dá até o peixe chegar ao nosso prato, diz Luiz Carlos.

Durante o evento, foram exibidas em um telão as fotos do repórter-fotográfico Almir Veiga que ilustram a publicação. A primeira edição do livro, lançada em 1976, teve todos os exemplares (três mil) esgotados. Feito que, segundo o autor, é digno de um best seller, considerando as vendas de livros no Brasil.
 
 
A jornalista e cantora Tânia Malheiros, amiga de longa data do autor, falou sobre o livro e também sobre sua admiração por Luiz Carlos:
— O livro é um belo retrato de reportagem vigorosa, feita nos tempos em que se ficava dias a fio apurando um fato, uma situação, um caso. E o Luiz Carlos é um ótimo repórter contador de história, sabe onde está a essência da narração, e uma pessoa de grande caráter, amigo sincero e profissional de imprensa, poeta, escritor e compositor exemplar.
 
 
 
Repórter desde 1966, com passagens por grandes jornais do Rio e de São Paulo em sua carreira, Luiz comenta também sobre a ausência de grandes reportagens, como “Maralto”, no jornalismo atual:
— Naquela época o jornalismo permitia este tipo de mergulho, uma viagem de 30 dias. A grande reportagem não acabou, mas diminuiu. Hoje ela ficou restrita à TV, em séries de reportagens, e em parte aos livros.
 
 
Apesar da redução no número de grandes reportagens, para Luiz Carlos o jornalismo não vive um momento de há crise. Em sua opinião, os profissionais de hoje são melhores e mais bem preparados, mas precisam ver a realidade mais de perto:
 — Há uma facilidade maior para pesquisar, mas a internet não conversa. A grande missão dos jornalistas é sair às ruas, ir ao mar, navegar, e as emoções não estão propriamente na internet, afirmou Luiz Carlos.

* Renan Castro é estagiário do ABI Online.