Nobel da Paz defende
prisão de jornalistas


13/09/2018


Um dos principais alvos das manifestações a favor da libertação de dois jornalistas presos em Mianmar, a Conselheira de Estado Aung San Suu Kyi contesta os apelos de entidades ligadas a liberdade de imprensa e, principalmente, da Organização das Nações Unidas.

Aung San Suu Kyi disse que os jornalistas foram presos porque infringiram a lei

Um dia depois de a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, sustentar a tese de que jornalistas sofrem perseguição no país, a líder de Mianmar defendeu a decisão da Justiça, que condenou Wa Lone, 32 anos, e Kyaw Soe, 28, ambos da Agência Reuters, a sete anos de prisão.

Os dois foram punidos sob a alegação de que violaram segredos de Estado enquanto investigavam o massacre de dez pessoas de um grupo étnico no final do ano passado – receberam documentos oficiais do governo diretamente de fontes policiais.

“Eles não foram julgados por serem jornalistas, mas por terem infringido a lei”, afirmou Kyi durante o Fórum Econômico Mundial da Associação das Nações do Sudeste Asiático, no Vietnã, segundo informou o Público, site de Portugal.

A Conselheira de Estado sofre diversas críticas por conta do polêmico caso dos jornalistas. Afinal, ela é um símbolo da luta pela democracia no país e exerce um cargo que foi criado especialmente para ela e lhe dá poderes superiores ao do presidente Win Myint. O mais irônico é que Kyu também já ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1991, por sua atuação em defesa dos direitos humanos.

“Esta situação poderia ter sido melhor tratada”, disse a líder, sem, no entanto, recuar na defesa da prisão dos jornalistas sob a alegação de que a Justiça de Mianmar está cumprindo a lei.

Vale lembrar que os dois profissionais da Reuters sustentam a tese de que foram vítimas de uma armação das autoridades, que se passaram por fontes para arrumar um pretexto para prendê-los.

Fonte: Portal Imprensa